Lagos, Montanhas e Castelos…

A Escócia é pródiga em Lagos, Montanhas e Castelos numa combinação. A outros níveis também, mas alguns desses talvez fiquem para outro artigo, ou já tenham sido mencionados anteriormente (como a quantidade de destilarias de Whisky que possui).

No terceiro dia na Escócia, o objectivo final era dormir em Glasgow, com acento tónico no dormir, porque queria aproveitar o máximo o percurso até lá.

Terceiro dia na Escócia - mapa

Mas a viagem começou na direcção oposta… pois o meu marido queria visitar uma destilaria que não tinha conseguido visitar no dia anterior, a Cardhu.

Comparada com a que tinhamos visitado no dia anterior, esta não me deixou tão “maravilhada”, mas com isso não pretendo dizer que a visita guiada à destilaria, não foi uma experiência enriquecedora, porque foi.

Cardhu - exterior destilaria

Não era possível tirar fotografias durante a visita guiada, pelo que apenas o pude fazer na area interior da loja, também reservada no fim da viagem à prova de 3 amostras Whiskies Cardhu.

Faço referência a esta precisão apenas porque os Cardhu são Whiskies Single Malt, mas faz parte da história da destilaria Cardhu o facto desta ter sido adquirida pela John Walker & Sons em 1893. Os Whiskies Johnnie Walker, porque se tratam de Blended Malt Whisky, são assim originários parcialmente desta destilaria, tendo esta como uma das suas legítima casas.

Convém referir igualmente, que na loja era possível adquirir Whiskies não apenas da Cardhu e Johnnie Walker, mas também de outras marcas escocesas da região que pertencem igualmente ao grupo Diageo.

Cardhu - interior loja

Depois da visita à destilaria, a viagem começou realmente no sentido pretendido… passando de novo por Inverness, em direção ao Lago Ness. Confesso que não andei à procura do Nessie, o conceituado monstro do lago. Ainda assim passamos pelo Centro e Exibição do Loch Ness, onde não faltavam réplicas e referências ao Nessie.

Centro do Loch Ness

Não permanecemos aí durante muito tempo, porque mais do que monstros estavamos mais interessados em avistar o Castelo Urquhart, ou mais concretamente as ruinas do mesmo que se encontra nas imediações, no Lago Ness.

Lago Ness e Castelo Urquhart

Com uma localização absolutamente fantástica, seria impossível ficar indiferente às ruinas do Castelo. Mas por se tratarem justamente de ruinas, não havia muito que realmente pudesse ser visitado (segundo os meus padrões), que me desculpem o sacrilégio, os que tem um particular interesse por arqueologia e ruinas.

Assim, depois de o avistar à distância, optei por aproveitar ao máximo o dia, continuando viagem com outro destino no pensamento.

Mas não se pode descontar o facto, que o percurso embora com paisagens dificeis de ignorar e que convidam a parar para as apreciar melhor, é composto por estradas predominantemente locais e em várias situações, apenas com uma estreita faixa de rodagem. Assim o percurso demorou bem mais que quaisquer expectativas minhas, por mais pessimistas que fossem.

Paisagem entre o Lago Ness e Inverarey _01

Paisagem entre o Lago Ness e Inverarey _02

E consequência dessa realidade, só chegamos ao destino intermédio, bem depois da hora deste fechar as suas portas ao publico e permitir ser visitado.

E sim, num país como a Escócia, com tantos, tantos castelos, era mesmo um que eu pretendia visitar, o Castelo de Inveraray.

Mas só consegui apreciar o exterior do Castelo (do século XVIII, mas que parcialmente já remontava ao século XV), casa ancestral do  Duque de Argyll, Chefe do Clan Campbell.

Castelo de Inverarey

A sua localização perto do Lago Fyne, insere-o numa paisagem ainda mais cativante, que as cores do entardecer só glorificam.

Lago Fyne

A chegada a Glasgow só aconteceu bem depois das 21h, mas valeu bem a pena, aproveitar o dia no percurso ao invés de no destino…

Em terras da “Mary, Queen of Scots”

As férias da Páscoa 2017 começaram demasiado cedo, para quaisquer padrões convencionais, uma vez que o voo entre Munique e Edinburgo estava marcado para as 5:55 de manhã. Como se tratou de um voo directo, não houve atrasos dignos de referência, a chegada ao aeroporto de Edinburgo foi registada cerca das 7:20, hora local.

O aeroporto de Edinburgo, tratando-se do aeroporto da capital do país, admito que o esperava com maiores dimensões e melhores infraestruturas, nada comparável com o de Munique por exemplo. Suponho que seja reflexo do nível de afluxo diário de voos e passageiros, que ambos possuem, que justificará em parte essa diferença. Com isso não pretendo dizer, que se trate de um aeroporto rudimentar, ou que tenha sido complicado e demorado sair do mesmo, muito pelo contrário.

Aeroporto de Edinburgo

Com as malas despachadas já em nossa posse, o passo seguinte foi encontrar o balcão  de atendimento da Sixt, onde tinhamos previamente feito o aluguer de uma viatura. Aí o atendimento foi bastante expedito e agradável, conforme os padrões esperados. Houve mesmo um upgrade da viatura oferecida, o que é sempre agradável, e acabamos por saír do aeroporto com um Mercedes-Benz Classe C novo.

Auto - Sixt

Os planos para o primeiro dia na Escócia, não envolviam ficar na capital do país, antes rumar em direção à capital das Terras Altas escocesas (Highlands), mas não necessariamente optar pelo caminho mais directo para lá chegar.

A minha proposta implicava várias paragens durante o percurso, com o objectivo de explorar algumas atrações turísticas. Claro que à priori eu acho sempre que o tempo é elástico, que nós somos imunes ao cansaço (consequência de termos madrugado), e que por isso conseguimos visitar mais do que é humanamente possível.

O resultado final ficou bastante aquêm das minhas expectativas iniciais, mas no computo geral, ainda assim, diria que foi um sucesso. O mapa seguinte, “cortesia” do Google maps, ilustra os locais, no percurso, que efectivamente visitamos.

Primeiro dia na Escócia - mapa

O primeiro local onde paramos foi em Linlithgow. O motivo era simples, pretendia visitar o Palácio onde a Rainha Mary Stuart nasceu, o Palácio de Linlithgow.

O dia digno de Outono e não de Primavera, não nos impediu de desfrutar da agradável paisagem do Palácio e Igreja Paroquial de St Michael, avistada junto ao lago com nome homónimo.

Palácio de Linlithgow 1

Palácio de Linlithgow

O caminho de acesso principal ao Palácio, é feito passando primeiro por uma praça com a Cruz e seu icónico Poço no centro, local central da cidade onde se realizam mercados, cerimónias publicas e anúncios.

O edifício com uma torre de relógio, à esquerda do Poço na foto abaixo, foi outrora o edifício Municipal da cidade, construido entre 1668-70 por John Smith, baseado nos planos de John Mylne, Mestre Masson  de Charles I e Charles II. Actualmente é um Centro de Artes da Comunidade denominado de Burgh Halls.

Linlithgow 2

Poço da Cruz,  Antigo Edifício Municipal – Burgh Halls

Continuando pelo Kirkgate chega-se ao portão do Palácio, com os brasões que registram a linha real de sucessão. O Portão data de cerca de 1535, e os quatro paineis esculpidos e pintados representam as ordens de cavalaria transmitidas por James V – o Velo de Ouro, São Miguel, a Jarreteira e o Cardo.

Linlithgow 3

Imediatamente depois de se passar pelo portão do Palácio, encontra-se a Igreja Paroquial de S. Miguel.

A igreja foi consagrada em 1242, mas sofreu um fogo em 1424 e foi reconstruida pouco depois na sua forma actual. Em 1821 perdeu  a sua coroa de pedra do século XV, a qual foi substituida em 1964 pela actual de alumínio.

Linlithgow 4

Ao lado encontra-se o motivo principal da visita à cidade, o Palácio de Linlithgow.

Linlithgow 5

Uma casa senhorial real foi construida no local do presente palácio, no século XII. O actual edifício quadrado começou a ser construido em 1424 para o Rei James I e foi concluido após dois séculos. James V nasceu neste palácio em 1512 e Mary, Rainha dos Escoceses, em 1542.

O Parlamento Escocês encontrou-se no grande salão em diversas ocasiões, sendo que a ultima foi em 1646. O Palácio foi fortificado e ocupado durante 1650-59 por Oliver Cromwell, e eviscerado pelo fogo em 1746 depois da ocupação pelos soldados do Duque de Cumberland e permaneceu sem telhado desde então.

Actualmente encontra-se em ruinas, e por isso a visita que fizemos ao mesmo foi curta que o inicialmente previsto. A estátua no jardim é da Rainha Mary.

Palácio de Linlithgow 3

Onde despendemos mais tempo, foi a explorar a loja do Palácio. Aí adquiri um livro sobre os Castelos escoceses “Scottisch Castles & Fortifications” e um postal.

Linlithgow Palace

Depois de Linlithgow, o destino seguinte foi Stirling onde havia um castelo que queria impreterivelmente visitar, o Castelo de Stirling.

Ao contrário do anterior, este não se encontra em ruinas e tem muito mais para visitar.

Stirling Castle_0001

Como o castelo fica no cimo de um rochedo, a paisagem avistada do mesmo é magnifica, e o Monumento Wallace, à distância, destaca-se indiscutivelmente tornando-se incontornável.

Wallace Monument avistado do castelo de Stirling

O magnificente Castelo de Stirling dominou a história escocesa durante séculos, e permanece como um dos melhores exemplos da arquitectura renascentista na Escócia.

O edifício actual remonta aos séculos XV e XVI e foi defendido contra os Jacobitas em 1746. Entre 1881 e 1964 foi usado como um depósito para recrutas dos Highlanders de Argyll e Sutherland (Regimento de Infantaria), mas agora não serve quaisquer funções militares.

Gerações de monarcas escoceses, ampliaram, adaptaram e embelezaram o castelo durante séculos. O Palácio Real foi a casa de infância da Mary, Rainha dos Escoceses.

Não faltavam assim motivos, para este castelo ter caído no meu radar de castelos que queria visitar.

O mapa seguinte, retirado do site oficial do castelo, ilustra o quanto há para explorar no Castelo de Stirling.

Stirling Castle Map

E incontornavelmente, a visita exploratória começa passando pela entrada principal. Depois de apreciar as vistas e a estátua de Roberto I, embainhando a sua espada após a Batalha de Bannockburn em 1314.

Castelo Stirling 1

Depois de adquiridos os bilhetes, claro que visitei a loja do pátio, mas como se pode ver pelo mapa, essa não é a única loja nas instalações.

Após o controlo dos bilhetes encontra-se do lado esquerdo o acesso ao jardim da Rainha Anne, e do lado direito o Café Unicórnio (algo que despertou muito mais o interesse do meu “5 palmos”).

Castelo Stirling 2

Já o Esporão Francês com os seus canhões, fica por cima do Café, e do mesmo também se pode desfrutar de uma paisagem fantástica.

Castelo Stirling 3

E depois de apreciar a paisagem, eis que finalmente atravessamos o portão com as duas torres laterais circulares e chegamos ao pátio exterior.

Antes de visitarmos os Edifícios reais propriamente ditos, optamos por visitar primeiro a Cozinha, e a exposição de Tapeçarias.

Achei particularmente interessante na cozinha todo o ambiente encenado que parecia muito autêntico.

Castelo Stirling 4

Já a exposição de tapeçarias ajudou-me a perceber melhor o porquê do logótipo do Castelo ter um Unicórnio, uma vez que o tema das tapeçarias conta a história da Caça de um e qual o seu simbolismo. (As tapeçarias ilustradas nos placares, essas estão nas paredes das salas do Castelo.)

Castelo Stirling 5

De regresso agora ao Pátio Interior, as fachadas dos vários edifícios que o envolvem, evidenciam que não foram construidos simultaneamente, ambos foram resultado de ampliações sucessivas, pelos diferentes estilos e materiais usados.

Castelo Stirling 6

O Grande Salão (edificio com as fachadas exteriores pintadas de amarelo pálido, oficialmente, dourado real) foi concluido para James IV em 1503 e é o maior deste tipo alguma vez construido na Escócia. Foi usado para festas, danças e concursos e possui grandes janelas do lado onde se sentam os reis à mesa.

Castelo Stirling 7

Através de uma porta lateral ao fundo do salão, acede-se directamente ao edifício do Palácio Real. Trata-se de uma autêntica viagem no tempo, à época do reinado de James V, da infância da  Mary Stuart e da realeza do século XVI.

Além das divisões incrivelmente bem conservadas, tratadas e magnificamente decoradas, o que mais me agradou foram as personagens vestidas a rigor de acordo com época, com as quais podiamos interagir, e descobrir por essa via pormenores sobre as vivências, intrigas e acontecimentos da corte da altura.

Castelo Stirling 8

O terraço conhecido como Posto de Observação das Senhoras, como o próprio nome sugere, era usado pelas damas da corte para apreciarem a paisagem circundante. Acede-se ao mesmo através de uma porta do palácio para o exterior.

Castelo Stirling 9

Depois do palácio seguiu-se a visita ao Museu do Regimento, algo que confesso despertou mais o interesse e atenção do meu marido do que o meu.  Pessoalmente o que eu achei mais piada foi apreciar os Kilts e outros acessórios que constituem a indumentária típica e tradicional escocesa.

Castelo Stirling 10

Por fim, visitamos a Capela Real, o ultimo dos edificios reais erguidos no Castelo. Construida em apenas sete meses, por ordens de James VI que queria um local adequado para o baptismo do seu filho e herdeiro Principe Henrique. Data de 1593-4 e foi uma das primeiras igrejas protestantes na Escócia.

 

Castelo Stirling 11

A visita à descoberta deste castelo e de muitos dos seus recantos, agradou-me imenso, mas era chegada a altura de continuar viagem em direcção a Inverness.

Desta vez sem mais paragens previstas no percurso, pois o cansaço tinha-se apoderado dos “turistas” que madrugaram, e que só desejavam a paragem final, aquela que os levaria ao quarto do hotel.

A viagem exploratória pela Escócia continuou no dia seguinte por outras paragens…

Bled…

Eis chegado o dia do fim das férias, mas em vez da viagem se resumir a percorrer os cerca de 415 km entre Ljubljana e Munique, o mais depressa possível para reencontrar o lar, fez-se um desejável e esperado pequeno desvio no percurso, com um objectivo muito definido, conhecer Bled. 

Bled - réplica

Reconheço que apesar de ter sido bastante agradável desfrutar de uma paisagem tão idílica o tempo despendido foi manifestamente insuficiente, mas isso é o que normalmente acontece quando se gosta dos lugares que se visita e não se quer sair de lá.

Viagem de regresso entre Ljubljana Bled e Munique

Bled, é uma cidade alpina no norte da Eslovénia, e predominantemente uma estância turística com o seu lago e ilha.

“Com imensa beleza natural, Bled, juntamente com os seus arredores, está entre as mais belas estâncias alpinas, conhecida pelo suave, clima curativo e lago com agua termal. A beleza das montanhas reflectidas no lago, o sol, a serenidade e o ar fresco despertam sentimentos agradáveis ​​no número de visitantes durante todo o ano, garantindo uma base ideal, uma pausa relaxante ou umas férias activas. Bled atrai empresários, artistas, atletas, exploradores, entusiastas do desporto, velhos e jovens, de todo o mundo, encantando-os a voltar de novo e de novo.” (descrição retirada deste site da região e traduzida)

Bled - lago e ilha

O lago foi formado após a recessão do glaciar Bohinj. Possui até 2.120 m de comprimento e até 1380 m de largura, e a sua profundidade máxima é de 30,6 m. É de origem tectónica. Depois da última Idade do Gelo, o glaciar Bohinj aprofundou a cavidade tectónica natural, e deu origem à sua forma actual. A bacia foi cheia de  água, resultado do gelo que derretia. O lago não tem grandes afluentes naturais sendo alimentado apenas por poucas nascentes.

A ilha de Bled é a única verdadeira ilha da Eslovénia. Nesta encontra-se a Igreja da Assumpção, mas o meu tempo disponível em Bled não me permitiu visita-la. É possível chegar à ilha, através de um barco especial com um tecto, chamado Pletna. Este barco, conduzido por um remador com dois remos, é conhecido apenas em Bled. Também é possível alugar barcos mais pequenos à hora e remar até à ilha por esse meio.

O Castelo de Bled, é um castelo medieval construído num precipício sobre a cidade de Bled e com vista sobre o lago. Segundo fontes escritas, é o castelo mais antigo da Eslovénia.

Bled - Castelo

“A igreja paroquial de Bled, é uma igreja neo-gótica consagrada a S. Martinho. Foi construída em 1905 no local de uma igreja gótica prévia que datava do século XV, que por sua vez foi erguida no local da primeira capela que foi construída nesse mesmo local antes do ano 1000. A nova igreja foi construída segundo os planos do Prof. Friedrich von Schmidt (arquitecto da câmara municipal de Viena) que foram depois alterados pelo arquitecto Josip Vancaš.

A maioria das esculturas no interior da igreja foram feitas pelo especialista de restauro Ivan Vurnik de Radovljica usando o melhor mármore de Carrara”. (texto retirado e traduzido daqui)

Bled - Igreja paroquial

Termino este artigo, e a viagem à Eslovénia, com uma imagem panorâmica de Bled.

Bled - panoramica

Bad Wiessee e o Tegernsee…

Na falta da proximidade ao mar, não faltam lagos. Na Baviera realmente existem muitos lagos, alguns mais perto de Munique que outros.

Mapa com localizacao de Bad Wiessee

Bad Wiessee é uma das cidades que fica nas margens de um desses lagos, o Tegernsee. Já tinha passado pelas imediações deste lago diversas vezes, em busca de outros destinos. (Nomeadamente de alguns dos resorts de Inverno nos Alpes da Baviera, ou do Mosteiro de Benediktbeurn.)

Lago Tegernsee avistado de Bad Wiessee

A pacata cidade de Bad Wiesse, como o próprio nome pode deixar transparecer (Bad significa Termas, Banhos e Wiessee, lago Oeste com o intuito de significar a parte oeste do lago) é uma cidade termal, convidando a umas férias relaxantes e tranquilas.

Bad Wiessee é conhecida sobretudo por dois factos. primeiro pelo tratamento na fonte de enxofre descoberta pelo explorador de petróleo holandês Adriaan Stoop.
Depois por ter sido cenário dos principais eventos ligados à Noite das Facas Longas, a 30 de Junho de 1934, quando Hitler e o Schutzstaffel (SS) (tropa de protecção) expurgaram a liderança da Sturmabteilung (SA) (Destacamento Tempestade), muitos dos quais estavam alojados no resort. Os principais líderes Ernst Röhm, Anton von Hohberg e Buchwald, Karl Ernst, Edmund Heines, e Peter von Heydebreck foram presos e levados para a prisão de Stadelheim, onde foram posteriormente executados.

Eis um pouco do que se pode encontrar na pacata Bad Wiesse.

Bad Wiessee

Na margem oposta do lago, ou seja margem leste, fica a cidade de nome homónimo do lago, Tegernsee.

Depois de deixar para trás Bad Wiesse, dirige-me então para Tegernsee, onde me aguardava um edifício que mesmo à distância me tinha despertado a curiosidade.

Trata-se do antigo Mosteiro Beneditino do Tegernsee.

Abadia do Tegernsee“Foi fundado em 746 pelos dois irmãos nobres Adalberto e nobre Ottokar. Eles queriam voltar as costas ao mundo. Aqui no “tegarin seo” – termo do alto alemão antigo que significa “grande lago” – eles encontraram o local perfeito, um bonito e ensolarado local na margem do lago.

O Tegernsee depressa se tornou um dos centros culturais mais importantes da Idade Média. O rico mosteiro possuía cerca de um terço do actual município de Miesbach, e uma parte das minas de sal de Reichenhall e a terra do sul de Tirol à Baixa Áustria. Uma relíquia desse tempo é, por exemplo, o “Tegernseer Hof”, uma vinícola no bonito Wachau bonito. Neste apogeu também havia no Tegernsee incomparáveis bens culturais e das artes. Havia oficinas de vidro, de ilustração livro, ourives e peças de minério. Especialmente os manuscritos elaborados pelos monges do Tegernsee eram amplamente conhecidos. No período barroco, o mosteiro foi construído e esplendidamente decorado.

Depois da secularização em 1803 o antigo mosteiro passou para a propriedade dos governantes bávaros da família Wittelsbach. Rei Max I Joseph fez do Palácio Tegernsee a sua residência de verão, porque a Rainha Caroline caíu de amores pelo lago encantador. O casal real teve muitos visitantes proeminentes da aristocracia europeia  E com o caminho de ferro dTegernseeque atingiu, primeiro em 1883 Gmund, e depois em 1902  o Tegernsee, depressa começaram a reunir-se aqui os “comuns mortais” turistas em grande número no verão”. (texto retirado, traduzido e adaptado daqui

Actualmente o antigo Mosteiro e posterior palácio alberga uma cervejaria e a escola secundária local.

Tegernsee avistado do Tegernsee

Uma pausa no Kochelsee…

Na Alemanha, para quem vive ou visita o sul do país, pode sentir a ausência do mar por perto. Mas isso não é de forma alguma sinónimo de falta de agua, pois existem rios e abundam lagos na região.

Depois da visita ao Mosteiro de Benediktbeuern, o percurso levou-me até às margens de um lago nos arredores, o Kochelsee.

Este lago fica a cerca de 65km a sul de Munique e menos de 10km do Mosteiro.

Semi-circundado pelas íngremes montanhas Kochel, na borda dos Alpes bávaros, o lago tem cerca de 6 km² e até 66 metros de profundidade. Não se trata assim de um grande lago, como outros que já abordei, mas nem por isso deixa de proporcionar uma paisagem fantástica e permitir uns agradáveis  momentos de descontracção.

Em Lindau, entre a ilha e o lago

Na Alemanha é bastante frequente, encontrar as fachadas dos edifícios com magníficos motivos pintados, quer cobrindo totalmente as paredes exteriores, ou apenas parcialmente. A analogia que me ocorre fazer, é que é um pouco como em Portugal, que se encontram magníficos painéis de azulejos a cobrirem parcialmente ou totalmente as paredes dos edifícios.

Na Alemanha muitas vezes as pinturas tem como um dos principais objectivos criarem ilusoes ópticas, como criarem janelas, portas, escadas, pessoas, saliências e relevos, etc, onde a única coisa que existe efectivamente sao paredes direitas sem qualquer protuberância.

Passear pelas ruas de Lindau permitiu-me também apreciar esta arte estampada nas paredes dos edifícios, pois são vários que a possuem e muito bem preservada.

Mas foi quando vislumbrei o edifício da Antiga Câmara Municipal (Altes Rathaus) que fiquei realmente rendida e deslumbrada, pois era bastante colorido e cheio de motivos a povoarem as suas paredes, em contraste com a Nova Câmara Municipal (Neues Rathaus), toda de uma só tonalidade.

Construída entre 1422 e 1436 em estilo gótico, a Antiga Câmara Municipal é o edifício de maior prestígio na Maximilianstrasse. Em 1496 albergou uma dieta imperial (Reichstag) ou Parlamento.

Cem anos depois, o prédio passou por uma adaptação ao estilo renascentista.

Na parte da frente, uma escada leva ao espaço coberto chamado Janela Saliente do Arauto. O estranho nome vem do facto de que foi deste local que a Câmara Municipal informou o público sobre a nova regulamentação. Os motivos na janela saliente representam os Dez Mandamentos.

Actualmente o piso térreo acomoda a primeira biblioteca imperial com cerca de 23.000 livros valiosos além dos arquivos da cidade. Por trás da fachada histórica, no primeiro andar, está uma das mais bem preservadas salas góticas que se podem encontrar em qualquer lugar da região do Bodensee.

O edifício é impressionante de ambos os lados, e pelos seus valores interiores (mas estes últimos eu não tive oportunidade de ver).

Depois de apreciar intensivamente e ficar deslumbrada com o edifício da antiga Câmara Municipal, o passeio pela ilha de Lindau continuou em direcção à sua margem junto ao lago.

Convém esclarecer que a cidade não se circunscreve à Ilha, antes continua para além desta, do outro lado da ponte que liga a ilha ao continente, mas que é na ilha que se encontra o centro histórico da cidade.

E aqui que se encontra entrada do porto, que é o principal marco turístico da cidade, com o mundialmente famoso  novo farol e o leão da Baviera. Com 33 metros de altura o Novo Farol foi concluído em 1856. Nessa altura, o porto foi aumentado no decurso da abertura da linha de caminho de ferro da Baviera ‘norte-sul. É ligado à ilha por um quebra-mar e pode ser subido por uma escada em espiral de madeira com um total de 139 degraus.

Desta área tem-se uma vista deslumbrante sobre o lago e os Alpes em frente.

Do lado oposto, em frente, encontra-se o antigo Farol – o Mangturm inserido na paisagem da avenida em frente ao porto. Fez parte das fortificações da cidade antiga, e encontrava-se na extremidade da muralha da cidade. Foi  construído por volta de 1200 como um farol e possui 37m de altura. Mas o seu colorido telhado data do século XIX.

Sem duvida um porto envolvente e pacífico…

No Bodensee, uma ilha chamada Lindau

O Bodensee, ou também conhecido como lago Constança, é um lago situado simultaneamente na Alemanha, Suiça e Áustria perto dos Alpes, e que é considerado o maior lago alemão e austríaco com uma área média de cerca de 541 km² (o maior lago Suíço e Francês é o lago Léman, respectivamente com 581km²).

A cidade de Lindau, é certamente uma das mais interessantes cidades alemãs banhadas pelo Bodensee, e que por incrível que pareça, pertence ao estado da Baviera.

Eu digo por incrível que pareça, porque a região alemã banhada pelo Bodensee pertence maioritariamente ao estado de Baden Würtemberg. Digo certamente, porque ainda não conheço todas as cidades alemãs que são banhadas pelo lago, pelo que a minha opinião não é muito fundamentada.

A cidade alemã de Constança também é particularmente interessante, e aliás foi esta que cedeu o seu nome ao lago, na tradução deste para vários idiomas.

O Lindau é uma das três maiores ilhas do lago, sendo as outras Mainau (a ilha das flores) e Reichenau, todas pertencentes à Alemanha e todas com uma estrada que as une ao “continente”, pelo que não é necessário usar como meio de transporte o barco para chegar às mesmas.

Um dos mapas que encontrei da cidade de Lindau foi este, mas os locais assinalados são sobretudo de lazer, possuindo apenas algumas das principais atracções turísticas identificadas por números:

  1. Bayerischer Hof Lindau (Hotel 5 estrelas)
  2. Forum am See (Centro cultural e de conferencias)
  3. Igreja de S. Pedro (Peterskirche)
  4. Antiga Câmara Municipal (Altes Rathaus)
  5. Torre dos Ladrões (Diebsturm)
  6. Museu da cidade – Haus zum Cavazzen
  7. Hotel Helvetia
  8. Restaurante Valentin
  9. Bar Seegarten
  10. Marmorsaal (café, bar, club)
  11. Casino de Lindau

Um dos primeiros locais que visitei na cidade foi a Igreja de St. Estevão na Praça do Mercado (Marktplatz), no mapa, também entre a Schmiedgasse e a Kirchplatz.

As partes mais antigas desta igreja, como a base da torre e a parede sul do coro remontam à época românica. Construída em 1180, a igreja paroquial é nomeada após o primeiro mártir da Igreja Cristã: Sto. Estêvão.

No final da Idade Média (1500), o edifício foi ampliado, e recebeu a sua aparência actual. O interior luminoso passou por uma transformação em 1781 no estilo rococó. O altar, a pia batismal e o púlpito foram adicionados nessa altura, todos formados de estuque de mármore avermelhado e decorados a dourado.

Trata-se da primeira igreja protestante durante a Reforma em 1528

O gesso, subtilmente ornamentado é encontrado no cofre e nas paredes laterais. Tem particular relevancia o epitáfio de alto barroco no coro, o monumento do túmulo de Valentin  Heider natural de Lindau (em 1655 ele criou o famoso Festival das Crianças,  de Lindau). O escultor de Constança, Christoph Daniel Schenck, criou a peça no século XVII.

Os coloridos vitrais com motivos bíblicos foram criados por Adolf Kleemann em 1965. Os bancos de madeira áspera e a ornamentação do órgãos, em contrapartida, tem mais de  200 anos de idade.

Ao lado desta igreja protestante, a partilhar as atenções na Praça do Mercado, encontra-se a igreja católica de Nossa Querida Senhora (Münster Unserer Lieben Frau). Também é conhecida como a Igreja de St. Maria ou Igreja Colegial (St. Marien ou Stiftskirche)

As origens da Catedral remontam ao ano 810. Há 1000 anos, que é era a igreja colegial canónica de Lindau.
Após o grande incêndio de 1728, a igreja foi reconstruida entre 1748-1752  pelo arquiteto barroco Johann Caspar Bagnato, resultando no edifício que se pode apreciar actualmente.

A igreja é ricamente adornada com estuque branco, frescos coloridos e esculturas no estilo rococó. As pinturas no tecto da nave mostram a Virgem da Assunção, e o retábulo do altar-mor, a Adoração dos Reis Magos.

A igreja tem dois órgãos: o órgão grande na galeria oeste que remonta a 1926 e órgão de Santa Maria, de 1993, que está localizado lateralmente na galeria.

Ainda na praça, mas em frente a estas duas igrejas encontra-se o Museu Municipal, na “Haus zum Cavazzen”, certamente um dos mais bonitos antigos edifícios residenciais do Bodensee. A casa foi reconstruida pelo construtor Grubermann de Teufen para a família patrícia de Lindau, Seutter von Loetzen, depois de um incêndio na cidade em 1729/30 que atingiu a antiga habitação, sendo conhecida popularmente como a Casa para Cavazzen.

O nome “Cavazzen” pode ser derivado a partir da família de comerciantes da Lombardia  desde o Cavazzo, até ao século XVI, que é detectável em Lindau ​​e, portanto, refere-se provavelmente a um antecessor medieval.

Esta antiga residência possui fachadas pintadas verdadeiramente impressionantes.

Desde 1929 alberga o museu municipal de Lindau, onde, entre outras exposições, se encontra em exibição uma colecção de pinturas e esculturas dos século XV ao XVIII. Nesta é famosa a “Lamentação Lindauer” (de cerca de 1420) e a extensa colecção de arte e artesanato em vidro, porcelana, cerâmica e estanho, juntamente com peças de mobiliário de quinta, assim como uma colecção de brinquedos histórico. A “Colecção Frederick William Kalina” composta por mais de 60 instrumentos musicais mecânicos, incluindo realejos históricos, bonecos dançantes, flautas e orquestriões com pequenos sinos, é igualmente bastante interessante.

Depois de explorar os principais focos de interesse na Praça do Mercado a visita a Lindau continuou, mas tal será abordado no próximo artigo.

Um pouco mais no Léman… que não visitei

Quando acedi a visitar Evian, coloquei outra condição no programa. Além de Evian, o passeio continuaria ao longo do lago Léman, apreciando outras vilas e cidades que são banhadas pelo lago.

Haviam outros locais onde poderia parar ao longo desse percurso que seriam igualmente interessantes para visitar. O que eu não tinha colocado na minha condição, é que para tal ser viável, tinha que haver um hora limite para sair de Evian…

Mas a permanência em Evian acabou por ser mais longa do que eu imaginava inicialmente. Claro que isso foi positivo, pois foi sinónimo da cidade ser mais interessante e ter mais o que visitar do que eu originalmente previa.

Assim, outros locais que eu tinha imaginado que poderia visitar, levaram um carimbo de “Adiado”, e limitei-me a percorrer as estradas locais, o mais possível junto ao lago, passando de novo por uma fronteira, desta vez entre a França e a Suiça até chegar à extremidade do lago e avistar o repuxo, por alguns denominado de géiser, em Genebra.

Lago Léman em Genebra.

Ainda em Genebra ao passar a ponte que permitiu regressar à margem norte do lago.

Mas que outros locais gostaria de ter visitado e um dia com 24 horas, e locais com horários de funcionamento que terminam na melhor das hipóteses às 19h, não permitiram?

Um folheto do “Léman sem Fronteiras“, que é resultado do Programa de Cooperação Territorial Europeu entre a França e Suiça – Interreg, foi muito útil nesse sentido.

Foi desse folheto que eu digitalizei o mapa seguinte. No mapa estão assinalados vários locais, quer do lado francês quer do suíço que são considerados interessantes do ponto de vista turístico.

Todos nas imediações do Lago Léman, alguns em Evian, outros no percurso entre Evian e Genebra. Desses alguns tinham despertado a minha curiosidade e interesse, constando da minha listinha mental, de outros locais nas redondezas que gostaria de visitar.

Que outros locais eram esses?

Além do Palácio Lumière (31) e da Fábrica de engarrafamento da agua mineral natural Evian (32), em Evian e Amphion que eu visitei ou fiz todas as diligencias possíveis nesse sentido, eis os outros locais:

– O Castelo de Ripaille em Thonon-les Bains (33), “importante área turística e de produção de vinho, e antiga residência dos duques da Sabóia, oferece uma combinação original entre a arquitectura medieval e o estilo de 1900.” Os preços de ingresso e horário das visitas podem encontrar aqui.

O desfiladeiro da Ponte do Diabo em La Vernaz, Le Jotty (34). “Uma imagem do poder da erosão. O perfil atormentado da face da rocha parcialmente subterrânea, com cores de variados tons, e um excepcional ambiente florestal. Esta passagem, parcialmente subterrânea e esculpida numa camada de calcário, é um exemplo espetacular do traço dos últimos períodos glaciais nas paisagens de Chablais”. Aberto ao publico entre fins de Abril e 30 de Setembro, as tarifas e outras informações úteis podem ser consultadas aqui.

O Labirinto, jardim dos cinco sentidos, Yvoire (38). “Inspirado na Idade Média, este jardim incluso consiste num labirinto baseado nos cinco sentidos e em várias “paredes verdes”. O visitante é convidado a cheirar, tocar e por vezes até mesmo provar. Plantas medicinais, árvores de fruto, antigas rosas, aviários e fontes alinham os caminhos onde mais de 1300 variedades de plantas desenvolvem-se com as estações. Sonhar, levar tempo, recuperar sensações perdidas… passear pelo jardim encanta tanto adultos como jovens. O jardim fica na vila medieval de Yvoire, considerada uma das mais bonitas vilas francesas”.

A cidade medieval de Yvoire (39). “Este burgo medieval idealmente situado na extensão que separa o “grande lago” do “pequeno lago”, ainda possui alguns dos elementos essenciais das fortificações do século XIV: o castelo, portas, muralhas… Conhecida como uma modesta vila piscatória no início do século, Yvoire é agora classificada como uma das laureadas internacionais de decorações florais, e é membro da Associação das Vilas mais bonitas de França.”

Outros foram simplesmente preteridos na minha listinha mental, por serem mais distantes ou apenas porque não estavam no topo das minhas preferencias, consciente que seria de todo impossível visitar tudo num só dia. (O que se confirmou literalmente, pois acabei por não visitar mais nada além de Evian. Decididamente não tenho jeito nenhum para fazer estimativas do tempo necessário para visitar algo. Nesse sentido o meu acompanhante adulto é muito melhor do que eu, pois as suas estimativas costumam bater mais ou menos certo.)

– O “Domaine de découverte” do Vale dos Aulps (35) localizado  na magnifica paisagem do estado de Aulps Abbey. O edifício agrícola abriga uma exposição moderna e interactiva sobre a história excepcional e história daqueles que ocuparam este lugar há mil anos, e que ainda tem a sua entrada, despensas, adegas, jardim medicinal, e as ruínas impressionantes da igreja da abadia, uma jóia  da arquitectura cisterciense  do século XII.

Museu da Musica Mecânica (36) em Les Gets, que possui em exposição uma colecção de 450 instrumentos musicais mecânicos, todos em condições de funcionamento e exibidos no contexto do seu tempo.

La Châtaignière – Domaine de Rovorée, Yvoire (37),  um trilho de descoberta leva a uma floresta de castanheiros centenários e bosques de espécies raras, e ao subsolo medieval do antigo castelo. Todos os anos “La Châtaignière” alberga uma exposição sobre a herança regional.

Teleférico e Casa du Salève, Etrembières et Présilly (40). As portas da cidade de Genebra  o teleférico de Salève, inaugurado em 1932, é uma construção avant-garde que liga a cidade à montanha. Em menos de cinco minutos atinge-se uma altitude de 1100m, onde são possíveis uma série de actividades, a começar pela contemplação das vistas panorâmicas sobre Genebra e o lago. Continuando alguns poucos quilómetros e encontra-se uma casa agrícola do século XVIII tanto renovada  para o período original como remodelada segundo os padrões de arquitectura contemporâneos. Exposições assim como visitas animadas contam a história das ligações próximas entre Genebra e o Monte Salève.

Vitam’Parc, Neydens (41). “Um parque de lazer onde os visitantes de qualquer idade podem relaxar e se divertir. Um parque aquático com escorregas de águas, uma piscina de fitness, piscinas infantis, pistas reservadas para nadadores bem como uma campo de voleibol de praia! A zona de bem-estar e spa oferece um ambiente tranquilo, com uma área de 1.100 m² dedicados a saunas, salas de vapor, bem-estar e circuitos fitness de agua, juntamente com tratamentos corporais tradicionais. Também existe uma zona de fitness e cerca de vinte lojas para des-stressar”.

Forte L’Ecluse, Leaz (42). “Uma grande fortificação reforçada. Construída do lado da montanha, a secção inferior foi reforçada nos séculos XVII e XVIII por uma  parede ao redor. A torre circular (Torre Francesa) foi adicionada bem como uma local fortificado que conduz a outro acesso (a Torre de Genebra) a secção superior do forte foi construída em meados do século XIX. 1165 degraus cortados na rocha formam uma escadaria subterrânea que liga os dois fortes.”

No percurso de regresso, pela margem norte do lago Léman, fiz apenas um desvio para apreciar por fora um castelo que aparecia no meu guia turístico suíço, Vufflens-le-Château.  A vila situa-se a cerca de meia distancia entre as cidades de Rolle e Morges, para ser mais fácil localiza-la no mapa apresentado acima.

O guia descreve-o como: “Um castelo construído no século XV, no estilo do norte italiano. É uma das mais magníficas fortalezas góticas da Suiça. Tem uma fortaleza torreada, um pátio central e aposentos habitacionais dentro de suas torres.” Inserido numa região com vinhas, o castelo tem realmente um óptimo aspecto.

O castelo foi construído em 1425 por Henri de Colombier no local onde havia previamente um castelo medieval. Em 1530, foi incendiado por tropas berneses (de Berna). Em 1641 foi adquirido pela família de Senarclens. O castelo é actualmente propriedade privada e não pode ser visitado.

Termino este artigo apenas com imagens do resto do percurso ao longo da margem do lago Léman, desde Vufflens-le-Château até Vevey.

Gostei particularmente da pintura na fachada do campanário em Vevey que se pode ver na compilação seguinte.

A Evian em Evian, uma tentativa sem sucesso

Um dos motivos principais para a decisão de visitar Evian, foi a de ter a oportunidade de conhecer a fábrica onde é engarrafada a agua mineral natural mais famosa do mundo, a Evian.

Por esse motivo procurei encontrar essa fabrica. Esta é a sua morada:

Route des Vignes Rouges
Amphion les Bains
74500 Évian-les-Bains

Não existe qualquer sinalização na estrada durante o percurso, que dê indicações do caminho a seguir, até se estar mesmo já muito perto do local. Quando cheguei ao destino percebi porquê.

Não é possível visitar a fábrica, a não ser que se faça uma reserva prévia no L’Espace Evian, no centro da cidade de Evian, concretamente na Rue Nationale, 19. Alternativamente é possível reservar pelo número de telefone +33 (0)4 50 84 80 29, ou pelo email visite-usine-evian@danone.com.

A viagem é de autocarro e a partida para a visita é feita da estação de autocarros, Gare Routière, localizada na Quai Baron de Blonay, perto do posto de Turismo e mesmo junto às margens do lago Léman.

Resumindo, não se pode alternativamente lá chegar de transporte próprio. Foi uma das lições que aprendi.

No mapa do centro da cidade pode-se encontrar o local da Gare Routière e o do L’ Espace Evian, que corresponde ao edifício designado de “Buvette Cachat” (6).

Assim sendo, depois de sair das imediações da fábrica, regressei ao centro da cidade de Evian, desta vez estacionando o automóvel no parque de estacionamento correspondente ao do Posto de Turismo.

Encontrar um parque de estacionamento coberto no centro da cidade, com lugares livres foi uma solução fantástica. Estacionar em Evian, pode ser algo problemático e muito difícil. Criam-se grandes congestionamento de transito, e tudo está muito lotado dada a grande afluência de pessoas a esta instância turística.

Depois do automóvel estacionado, e perto da Rue Nationale, encontrar o L’ Espace Evian não foi nada difícil. Alias percorrer a rua pedonal foi muito agradável, com lojas e restaurantes em ambos os lados, alguns com mesas que se estendiam pela berma da rua, e onde era mesmo possível sentir os odores dos pratos acabados de confeccionar e servir. (Sim, isso foi considerado um factor favorável, porque era hora de almoço e o apetite começava a manifestar-se).

O L’espace Evian localiza-se no edifício Buvette Cachat, como já referi.

“O edifício de estilo Art Nouveau, construído no local do primeiro spa Fauconnet (1826), o bebedouro da fonte Cachat (antiga fonte de Santa Catarina) foi concluído em 1903, e foi um projecto de arquitectura também de Jean Albert Hebrard (tal como o foi de alguns dos edifícios mencionados no artigo anterior). Projectado como “um templo de agua”, foi coberto com uma cúpula de vidro, e possui grandes janelas de vidro semi-circulares com motivos florais. Um portão de ferro forjado e um pórtico monumental marcam a entrada principal voltada para a Rue Nationale.

O piso térreo, localizado nessa rua abrigava os escritórios da sociedade de água, os serviços de controle do bebedouro (bar, buvette) assim como os escritórios de informações do comboio PLM e da companhia de Navegação.

A partir do piso térreo, uma escada levava ao átrio no andar de cima do bar.

Do outro lado do prédio (Avenida das fontes), que abre para um terraço arborizado de plátanos emoldurados por duas alas com caminhos perpendiculares ao edifício (dos quais apenas a ala leste, sob o campanário permanece). É neste local que os concertos matinais eram dados durante a temporada.


Local de reencontro e eventos sociais, o átrio do bar dispunha de uma sala de leitura e correspondência. A fonte foi localizada no centro do espaço. A estátua foi esculpida por Louis Charles Beylard, em pedra branca de Poitiers, e intitulada “Apoteose da Fonte Cachat.” Esta estátua alegórica colocada num recipiente carregado por quatro amantes (quatro bacias de pedra branca foram usadas como uma base para a montagem) está actualmente exposta no ponto de recolha da fonte, antes da semi-rotunda. Complementando a decoração do lobby do bar, uma pintura de Albert Besnard “Ninfas da fonte numa paisagem de Arcadia” adorna a parede oeste do pavilhão.
O bar Cachat  foi substituído em 1956 pelo bar Prouvé-Novarina construído em frente ao porto.
Este edifício, considerado uma obra-prima da arquitetura das termas em Evian, é o mais representativo de Art Nouveau”. (texto traduzido livremente e retirado daqui assim como as três imagens seguintes)

Quando cheguei à entrada principal do “Source Cachat” esta encontrava-se fechada.

O horário de abertura do espaço:

  • De 18 de Junho a 9 de Setembro aberto todos os dias entre as 10:30 e as 12:30 e entre as 15:00 e as 19:00.
  • De 10 de Setembro a 15 de Setembro aberto todos os dias excepto domingos, entre as 14:30 e as 18:30.

Assim a alternativa foi aproveitar para almoçar, já que o apetite já se tinha manifestado e esperar que as portas reabrissem às 15:00.

Depois das 15h, quando o espaço evian no “Source Cachat” reabriu as suas portas, finalmente podia-se entrar.

Pude visitar a loja e descobrir algumas informações sobre a agua evian, mas quando perguntei acerca da visita à fábrica a resposta que obtive é que tal apenas seria possível na próxima segunda-feira (e era uma terça-feira). Ou seja, não sei até que ponto, é que existem efectivamente visitas à fabrica diariamente, ou se a procura é tanta que já só haviam vagas para quase uma semana depois.

Segunda lição que retirei, quando pretenda de novo visitar a fábrica Evian, convém reservar com bastante antecedência essa visita.

Na loja, entre o merchandising existente o que achei mais piada foram as t-shirts alusivas a sua campanha sobre bebés. Ainda me senti tentada a comprar uma. Mas devo admitir que eram muito dispendiosas para a baixa qualidade do material usado.

Assim, deixo aqui apenas umas imagens da respectiva campanha de t-shirts que retirei da  loja online, para verem melhor do que se trata.

Mas afinal em que consiste a visita à fabrica?

“A fábrica de engarrafamento de Evian, localizada em Amphion, está aberta aos visitantes. Após uma apresentação de um vídeo histórico e geológico, a visita continua para uma galeria de vidro que permite aos visitantes observar o processo completo de engarrafamento: fabricação das garrafas, estantes, condicionamento e transporte.

Visitas em grupo: de segunda a sexta-feira às 9 horas, 10:30, 14:00 e 15:30 (reserva). Grátis.
Visitas individuais: de Junho a Setembro. Preço: € 3 por pessoa para o autocarro / grátis para menores de 12 anos.

A duração da visita é de 1h 30min, e a duração da viagem de autocarro, ida e regresso é de 30 min.

Não foi desta que visitei a fábrica, talvez tal aconteça numa próxima oportunidade.

Depois de sair do Espaço Evian, antes de regressar ao automóvel, ainda passeei um pouco mais na cidade, em direcção ao lago Léman.

Passei no sentido descendente pela Igreja de Nossa Senhora da Assumpção (1).

Construída na segunda metade do século XIII, sob o reinado de Pedro II, conde de Sabóia, a igreja é um exemplo precoce da  arte gótica de Sabóia. O edifício sofreu importantes transformações no fim do seculo XIV e começos do século XV, seguido por várias campanhas de restauração, entre os séculos XVII e XX. O trabalho de restauração mais importante foi realizada em 1926, quando a nave foi estendida para o oeste com dois compartimentos. O portal de estilo românico-bizantino, com seu frontão triangular, também data desta altura.

Numa rotunda já perto da primeira linha junto ao lago, um taco de golfe gigante em rosa, publicita o  evian masters, não deixando margem para dúvidas de que se trata de um campeonato  feminino.

Eis-me então chegada ao Lago Leman, agora apreciado da margem francesa em Evian.

Castelo de Chillon

O Castelo de Chillon já estava na minha lista dos locais a visitar faz mesmo imenso tempo. Não será assim surpreendente, que este tenha sido o principal motivo para querer passar férias nas imediações do Lago Leman, perto de Montreux.

Saindo do Castelo de Aigle, foi este castelo junto ao lago a minha primeira prioridade a visitar.

As placas sinalizadoras na estrada, anunciando a Riviera de Montreux, fazem uso da sua imagem (e da de Charlie Chaplin, que viveu os últimos tempos em Corsier-sur-Vevey), tal a importância emblemática que têm na região.

Já tinha visto imensas imagens sobre o local, mas aprecia-lo in loco, num dia quente e radiante de Verão, é realmente deslumbrante e indescritível. Não admira que seja uma das principais atracções turística na Suiça, mesmo não faltando muitos outros motivos para visitar a antiga Confederação Helvética.

Eis a sua entrada (1), e é em cima da ponte de acesso (uma ponte do século XVIII que passa por um fosso natural) que está a bilheteira que permite aceder ao interior do castelo.

Depois de adquiridos os bilhetes (fornecem juntamente um prospecto guia) e de atravessar completamente a ponte, ao entrar no complexo do castelo, o que se encontra de imediato é o primeiro pátio (3). Do lado esquerdo a imprescindível loja do castelo (2), localizada numa torre cujo aspecto actual data do século XV, e que permitia defender a ponte e o castelo.

Depois de aí ter adquirido o livro-guia do castelo que facultava informações mais detalhadas, sentia-me munida do necessário para o visitar convenientemente. (Claro que em parte isso é psicológico, pois durante a visita, pouco consultei o livro, tendo-o entregue ao meu inestimável e indispensável acompanhante, afinal andei mais entretida a fotografar tudo o que despertava a minha atenção).

O que é imprescindível é o Plano do Castelo de Chillon, e esse integra tanto o prospecto guia como o livro que adquiri. No plano a que se acede, existe um sistema de cores que simbolizam se a divisão em causa se encontra no rés-do chão ou piso subterraneo, a azul, nos andares superiores, a vermelho, ou se correspondem ao caminho de ronda e ao donjon (torre mais alta do castelo), a verde. Esse mesmo sistema de cores é usado nos números que coloco ao longo deste artigo.

E neste pátio que se acede não apenas à loja mas também às antigas cavalariças e estábulos, que datam da segunda metade do século XVI. É aqui onde se encontra uma maqueta do castelo e se acede ao guiché dos audio guias (4). Contigua a esta na porta ao lado, é onde se encontram os cacifos e uma máquina de refrigerantes e bebidas quentes, com mesas e cadeiras para se poder desfrutar calma e mais confortavelmente das bebidas.

Acedendo ao segundo pátio (12), e entrando pela primeira porta lateral do lado esquerdo acede-se à Sala de Refeições do Castelão (13).

A sala seguinte, no andar por cima, a Aula Nova (14) possuía ao centro uma exposição de arcas, e outros moveis de arrumação.

A sala foi restaurada no século XX e presume-se que tenha sido uma grande sala de aparato do castelão.

O tecto arqueado da sala foi reconstituído entre 1925 e 1926 pelo arqueólogo Albert Naef.

Depois de passada uma antecâmara (15) acede-se ao Quarto Bernense (16). Esta divisão foi usada como quarto na Idade média e continuou a sê-lo durante o período bernense (1536 a 1798). As decorações bernenses pintadas em fundo branco e decoradas com vegetais, frutos e animais datam de inícios do Século XVII.

A este quarto sucede-se um outro, o quarto de hospedes ou Sala Pedro II (17). Esta divisão acolheu os hospedes durante o período saboinano (século XII a 1536). As partes inferiores estão pintadas em grisalha sob fundo branco (1587), enquanto as superiores. são pintura decorativa do século  XIII.

Em seguida a visita continuou pela Sala dos Brasões (18), que como é bastante ampla, aproveitaram para colocar algumas vitrinas com produtos que são vendidos na loja do castelo.

Na Idade Média esta sala era usada como sala de recepção. Como se encontra por cima da Aula Magna (26), denominavam-na de Aula Magna superior. A chaminé e o tecto em caixotão datam do século XV. O friso superior está ornamentado com brasões dos magistrados  bernenses, castelões de Chillon que viveram no castelo de 1536 a 1733.

A Camera Domini (19) – quarto do senhor, foi o quarto dos condes, e depois dos duques de Saboia. Foi criado no século XIII por Pedro II de Saboia, e completamente remodelado no século XIV, sendo dessa altura as pinturas decorativas (com animais numa vegetação luxuriante) . O tecto está ornamentado por flores-de-lis e cruzes (que aludem às armas de Saboia e estao cortadas em folhas de estanho). A escada em caracol criada em cerca de 1336 permitia ao senhor do castelo subir aos caminhos de ronda ou descer até à sua capela privada.

O pequeno salão (20) contiguo ao quarto, deve ter servido na idade média como retiro ou guarda-roupa. A janela a chaminé de canto e as pinturas murais datam no século XIII, enquanto o tecto é do século XV. Na mesma o que achei mais relevante foi mesmo o fogao, pois apesar do seu propósito, a divisão não dispensa o seu fogão de sala.

A sala decorada com painéis em Madeira (22), uma vez mais desprovida de mobiliário e ampla, captou a minha atenção pelo seu fogão de sala.

Supostamente esta divisão foi usada no século XIV como alojamento das damas das damas da Casa de Sabóia.

Mas o que apreciei mais, é que esta sala oferece uma vista fantástica sobre o lago, a cidade de Montreux e as vinhas de Chillon.

O Antigo Pelium, assim designado de pelium ( fogão de aquecimento), nos séculos XIII e XIV, tratava-se antigamente de uma grande sala aquecida por um fogão e que muito provavelmente terá servindo como atelier do pessoal do conde para executar trabalhos de interior.

A Capela (24), por sua vez, desprovida de qualquer mobiliário típico que a caracterize, é actualmente uma divisão vazia (que sem qualquer legenda poderia ser difícil de identificar). A capela de São Jorge foi a capela privada dos condes de Sabóia.

Durante a reforma serviu de celeiro, e mais tarde como depósito de pólvora durante o período bernense. No século XIX foi-lhe devolvida a sua função inicial, ao tornar-se o local de culto dos detidos, quando o castelo foi transformado em prisão cantonal.

Saindo da capela encontra-se uma pequena varanda no exterior, e descendo a escadaria acede-se ao terceiro pátio (25).

Voltando ao piso térreo, e entrando de novo no edifício em frente à escadaria que se desceu, encontra-se a Aula Magna (26). Esta sala foi usada na Idade Média pelos saboianos, como sala de recepção, de banquetes e de festas. Foi aqui que recebiam os seus vassalos e faziam justiça. Tornou-se a sala do moinho durante o período bernense, pois foi aí instalado um moinho e uma prensa. A partir de 1839 atribuíram-lhe o nome de sala da justiça.

As colunas de mármore negro e as janelas voltadas para o lago datam do século XIII, enquanto o tecto e a chaminé são do século XV.

A Sala de Tortura (28), contigua a esta de lazer, foi usada durante a época saboiana como pequena sala ou guarda roupa. Só no século XVII, foi usada como sala de interrogatórios ou de tortura, sendo daí que advem o nome que tem actualmente.

Na Camera Nova (30) pode-se apreciar um fogão que data de 1602. Esta divisao destinava-se aos saboianos nos finais do século XIV. Recentemente foi denominada de sala do comité, pois o comité da Associação para a restauração de Chillon reuniu-se nela nos anos de 1930. A Associação fundada em 1887, com o apoio do Estado de Vaud, tratou da restauração e exploração do castelo até 2002, altura em que foi sucedida pela Fundacao do Castelo de Chillon.

A Domus Clericorum (31), casa dos clérigos, albergava no século XIII, em dois andares a administração da alcaidaria de Chillon e do bailiado de Chablais. No século XVI por desabamento ou demolição este edifício desapareceu, mas na primeira metade do século XX a sala dos clérigos no andar inferior foi completamente restaurada.

A sala dos esboços (32), espaço situado por baixo da capela privada dos saboianos, é anterior ao século XIII. Os esboços que aqui se encontram são de inícios do século XX, e mostram as etapas da construção do castelo. Foram realizados com base nos 38 anos de trabalhos conduzidos pelo arqueólogo Albert Naef.

Assim caso estejam interessados em saber com maior pormenor as fases de construção e ampliação do castelo, este é o local indicado para o descobrirem. Eis o que podem encontrar.

No centro da sala as 3 maquetes que retratam as fases de evolução/construção do castelo.

Os 10 placares nas duas paredes paralelas às maquetes, que abordam ao longo dos séculos a história de construção do castelo (procurei mantê-las com grandes dimensão para ser possível lê-las).

Numa outra parede encontra-se a planta do castelo.

E na parede perpendicular a esta, um placar que se refere à reconstrução do castelo e aos seus principais protagonistas.

Desta sala por umas pequenas escadas de madeira acede-se a uma área um pouco mais subterrânea que parece de escavações arqueológicas.

E é nesta área que se encontram dois mapas ligados a Chillon, um dos quais com o mapa invertido do Lago Leman.

Saindo desta sala dos esboços para o exterior, e passando pelo terceiro pátio acede-se ao quarto pátio (34). Este pátio, chamado de pátio de cortina, foi criado completamente para a defesa e para controlar a antiga estrada. Possui paredes para o exterior grossas, com aberturas estreitas e elementos de arquitectura defensiva.

Deste pátio avistam-se três Torres de defesa semicirculares que foram construídas em cerca de 1230, e depois sobrelevadas em várias etapas e modificadas com frequência para se adaptarem à defesa do castelo. Na segunda Torre de defesa (35), encontra-se actualmente a colecção de armaduras.

Depois da visita ao interior desta segunda Torre, o caminho da ronda conduz à Logia Parlamenti (36). Este espaço entre os séculos XIII e XV, foi um grande locutório em forma de camarote, sendo dele que os príncipes de Saboia e os castelões faziam as audiências e exerciam a justiça. Em fins do século XV serviu de cozinha. No século XVI foi parcialmente destruída e transformada em posto de comando para vigiar o primeiro pátio. No século XVII foi instalada aí uma fundição, e em 1836 serviu de abrigo para as caixas de artilharia

A terceira Torre de Defesa (37), é do mesmo tipo da anterior e foi construída para os soldados da guarnição militar encarregados de vigiar a entrada nos séculos XVI e XVII.

Junto a esta torre fica o edifício da entrada (38), construído no século  XV,  que como o nome sugere, fica por cima da entrada do castelo.

 A Torre de Vigilância (39) situada perto da entrada, também é denominada de torre do relógio por ser nesta que se encontra o relógio que se avista no exterior do castelo. A torre aparentemente foi construída para defender a ponte e a entrada do castelo.

O percurso ao longo do caminho de Ronda (40) permite apreciar de cima o complexo do castelo e o seu primeiro pátio, bem como o lago.

E desta forma se acede ao Edifício do Tesouro (41) e ao Torreão (Donjon) (42-46).

O edifício do tesouro data de fins do século XIII, e na altura albergava os objectos de valor, títulos de propriedade e outros pergaminhos, em especial arquivos da casa de Saboia. Foi transformado em vão de escada em 1815.

O Torreão por seu lado, situado sensivelmente no centro do rochedo de Chillon, data provavelmente do século XI. Torre de protecção e símbolo de poder, também serviu como observatório de defesa, residência provisória, entreposto e mais tarde de prisão e armazém de pólvora.

A colecção de armas (besta, espadas, arquebuses, armas de hast, etc) está exposta em duas salas do torreão, uma por cima da outra (43 e 44 respectivamente).

No topo do torreão a vista de 360° sobre o castelo e o que o rodeia pode ser imperdível (os meus acompanhantes subiram até lá, mas as minhas vertigens venceram-me…) , e aqui fica o que de lá se pode avistar (cortesia do meu inestimável e incansável acompanhante, usando a máquina fotográfica do meu outro acompanhante, o de dois palmos, já que subiram ambos).

As descrições ao longo do artigo, relativas a cada um dos locais assinalados, foram retiradas do prospecto guia obtido aquando da aquisição dos bilhetes.

Espero que tenham apreciado esta visita, tão exaustiva quanto possível, ao Castelo de Chillon.