Nas Terras Altas escocesas

O segundo dia na Escócia começou no hotel, com um pequeno almoço continental para uns, e um tipicamente Macdonald escocês para outro.

Macdonald - pequeno almoço

O percurso previamente definido, sofreu alterações ao longo do dia, mas presumo que  o imprevisto também torna um dia de férias ainda mais interessante.

O mapa seguinte, (uma vez mais cortesia do Google maps) resume o resultado final, mas apenas em um sentido, porque o dia acabou uma vez mais no hotel em Inverness.

Segundo dia na Escócia - mapa

O primeiro local que mereceu uma paragem, foi totalmente inesperado. Era um local que o meu marido queria visitar mas que tinha desistido, ao constatar via internet que o local não estaria a laborar durante o período da Páscoa. Assim não se tinha preocupado em descobrir onde ficava concretamente.

No entanto, no percurso para o Castelo Dunrobin, ao apreciar a paisagem, vi uma tabuleta informativa que anunciava a proximidade da Destilaria Glenmorangie. Essa era justamente a destilaria sobre a qual o meu marido tinha pesquisado, e decidimos espreitar se realmente estaria tudo fechado ou se daria para visitar.

Glenmorangie street sign 1

Os prenuncios eram encorajadores, já que haviam vários automóveis, estacionados no parque.

Destilaria Glenmorangie 1

Efectivamente, era possível visitar a destilaria, mas foi a loja, em um  pequeno edífício anexo, que mais despertou a nossa atenção.

Destilaria Glenmorangie 2

A loja é elegante e selecta, e possuia algumas garrafas de Whisky que a avaliar pelo seu preço, suponho que só podiam ser excepcionais.

Destilaria Glenmorangie 3

Depois da destilaria, a viagem continuou em direcção ao Castelo Dunrobin, um dos castelos que eu tinha mais interesse em visitar nas Terras Altas escocesas.

Castelo Dunrobin - indicacao

O Castelo Dunrobin parece literalmente retirado de um Conto de Fadas.

Dunrobin Castle postcard

O Castelo Dunrobin é das grandes casas, a que se encontra mais a norte na Escócia, sendo mesmo a maior das Terras Altas com 189 quartos, e uma das casas britânicas mais antigas continuamente habitadas, datando em parte dos inícios dos anos 1300.

Trata-se da casa histórica dos Condes e Duques de Sutherland. A Primeira parte do edifício data de cerca de 1275 e possui várias extensões posteriores.

Eis a planta informativa do que se pode encontrar na propriedade.

Dunrobin Castle plan

E mesmo em um dia com muitas semelhanças a um outonal, não perde muito do seu encanto.

Castelo Dunrobin - castelo e jardim

Além do jardim, também tive o desprazer de visitar o Museu, anexo à propriedade, onde estão expostos os trofeus e comprovativos de caça dos ancestrais da família Sutherland. Para mim o museu pode ter o efeito de incentivar a caça furtiva, de alguma forma enaltecendo-a, o que só pode ter repercuções nefastas.

Castelo Dunrobin - Museu

Já dentro do Castelo, não era permitido tirar fotografias, pelo que as que possuo se limitam à entrada, onde se adquirem os bilhetes, o que não revela muito do seu interior.

Castelo Dunrobin - interior

Assim na loja não saí sem o Guia oficial do Castelo (e sem mais uma decoração para a minha árvore de Natal).

Dunrobin Castle guide

Após dar por concluida a visita ao castelo Dunrobin, eis chegada a altura de alterar os planos seguintes (que implicavam uma inversão de marcha e seguir no sentido contrário, em direccao à região de Speyside, especialmente pródiga em destilarias de Whisky).

Assim o destino continou em direcção à extremidade mais a norte da ilha da Grã-Bretanha, num percurso predominantemente junto à costa até John O’ Groats.

Percurso até John O Groats

O principal motivo para a visita a este vilarejo, é simples. O local é conhecido por ser uma das extremidades da distância mais longa entre dois pontos continentais britânicos habitados, com a extremidade da terra a sudoeste, em Cornwall a distar 876 milhas (1.410 quilômetros) de John O’ Groats.

John o Groats

Numa lojinha nas imediações, além de adquirir um postal ilustrativo do percurso destas 876 milhas, não resisti a comprar também uma bola com motivos escoceses para decorar a minha árvore de Natal.

John O Groats

Dever cumprido, chegamos a John O’ Groats, era por isso altura de finalmente regressar a Inverness, sem mais desvios previstos. Até porque o Castelo e Jardins de Mey, que fica nas imediações, estava ainda fechado ao publico.

A chegada a Inverness foi bem mais tardia que quaisquer previsões podiam antever, pois na viagem de regresso encontramos uma fila interminavel de veiculos na estrada, consequência de um veículo pesado a obstruir completamente as vias.

veiculo pesado na estrada

E descobrimos em “primeira mão” a parca quantidade de estradas alternativas e o quão estreitas, apenas com uma faixa de rodagem,  as estradas na Escócia podem ser.

O aspecto positivo do percurso alternativo utilizado, foi poder apreciar um pouco a costa oeste da Escócia, ver as ovelhas a uma incrível proximidade e desfrutar ainda mais da paisagem.

Percurso de regressoa a Inverness

Assim a chegada a Inverness foi apenas para jantar, e descobrir que a maioria dos Restaurantes escoceses estão interditos a menores de 16 anos a partir das 21h, por servirem bebidas alcoolicas e funcionarem como Pubs também.

Acabo este artigo com Inverness ao anoitecer, com o seu castelo e as margens junto ao Rio Ness.

Inverness ao anoitecer

A Praga do Rio Vltava

A capital da República Checa, Praga, é atravessada pelo mais extenso rio do país, o rio Vltava, conhecido em português como rio Moldava.

O rio flui por 435 km e possui uma base de drenagem de 28093 km². O rio nasce no sudoeste da Boémia de duas nascentes na floresta Boémia, a  Teplá Vltava e a Studená Vltava. Flui primeiro sudeste, e depois norte, através da Boémia, e desagua no rio Elba (um dos maiores rios da Europa Central com 1094km) em Mělník, 29 km a norte de Praga.

Praga - Rio Vltava e suas margens

A Ponte Carlos (Karlův most) é a mais emblemática da capital, a ligar as duas margens da cidade dividida pelo rio, ligando os quarteirões de Staré Město (cidade antiga) e de Malá Strana (lado menor).

É a ponte mais antiga da cidade, e foi construída no local onde havia antes a Ponte Judita, que foi danificada por uma inundação em 1342. Anteriormente conhecida como Ponte de Pedra ou da Cidade, desde 1870 é denominada de Ponte Carlos, pois foi fundada por Carlos IV no ano de 1357. A construção dizem ter sido iniciada pelo mestre Otto e terminada por Peter Parler em 1402. As duas extremidades da ponte são enriquecidas por torres (as Torres Malá Strana e Staré Město respectivamente). Entre 1683 e 1928 foram gradualmente colocadas 30 esculturas e grupos de esculturas de santos sobre os pilares da ponte (da autoria nomeadamente de artistas como J.Brokof e filhos, M.B. Braun, e Joseph e Emanuel Max). A maioria das estátuas foram posteriormente substituídas por réplicas, uma vez que as originais são feitas de arenito e por isso facilmente danificadas pela poluição.

Praga - grupo de Crucifixacao na Ponte Carlos

A ponte exclusivamente pedonal, tem 516 metros de comprimento, 10 metros de largura e é suportada por 16 pilares.

O portão de entrada para a Ponte Carlos na margem do rio da Cidade Velha, considerado o portão mais bonito da Europa gótica, foi uma obra-prima dos trabalhos de construção da corte, e foi concluído antes de 1380. É ricamente adornado com esculturas – brasões dos países pertencentes à Coroa Checa sob o reinado de Carlos IV, estátuas de São Vito, Carlos IV, Venceslau  IV, São Vojtech (Adalberto) e Sigmund.

Praga - torre e portao da Ponte Carlos do lado da cidade antiga

As Torres de Malá Strana são duas. A torre menor, românica, é uma relíquia da Ponte Judita, que foi construída no século XII. A maior, é 200 anos mais jovem (1464), com a sua arquitectura do Gótico tardio foi construída na segunda metade do século XV, por ordem de Jiří z Poděbrad e tomou o lugar de uma antiga torre romanesca.

Praga - torres de Malá Strana

Ao atravessar a ponte, pude gradualmente começar a apreciar mais de perto a paisagem e o que tinha para me oferecer o lado de Praga denominado de Malá Strana.

Praga - paisagem de Malá Strana

E porque não um passeio de barco pelo rio Vltava? São várias as propostas que pode encontrar aqui no Prague River Cruise. Talvez um passeio romântico para festejar hoje, o dia dos namorados de uma forma especial.

Na confluência de três rios

Passau é uma cidade no sudeste da Alemanha, que pertence ao estado da Baviera e que se encontra próxima da fronteira com a Áustria. Dista cerca de 191 km da capital da Baviera, Munique, quando se opta pelo percurso com maior cobertura por autoestrada, e que equivale a 2h11 segundo o site da Via Michelin.

Passau - Localizacao relativa da cidade

Mas o que melhor define esta cidade, é a mesma ficar localizada na confluência de três rios, o Inn, o Danúbio e o Ilz.

Passau - cidade de tres rios

O Rio Inn, tem a sua origem nos Alpes suíços, a oeste de St. Moritz, na região de Engadin. Atravessa a Suíça, a Áustria e a Alemanha e tem 517 km de extensão. Durante a parte final do seu leito, serve como fronteira entre a Áustria e a Alemanha. É na cidade de Passau que desagua no Danúbio. Apesar do Inn possuir um maior fluxo médio que o Danúbio quando confluem, e a sua bacia hidrográfica conter o Piz Bernina  (montanha mais alta dos Alpes orientais com 4049 m de altitude), também o ponto mais alto da bacia do Danúbio, o Inn é considerado um afluente do Danúbio, que tem um comprimento maior, drena uma área de superfície maior, e tem um fluxo mais consistente.

O Rio Danúbio, é o segundo maior rio da Europa, depois do rio russo Volga. Classificado como uma via navegável internacional (2488km do rio são navegáveis), é originário na cidade de Donaueschingen, na Floresta Negra, Alemanha, na confluência dos rios Brigach e Breg. O Danúbio, possui 2857 km de extensão, e desde a sua nascente flui para sudeste, passando por quatro capitais da Europa Central (Viena, Budapeste, Belgrado, e Bucareste via rio Dâmbovița, que desagua no rio Argeș seu afluente) antes de desaguar no Mar Negro através do delta do Danúbio, na Roménia e Ucrânia. O rio passa por ou toca as fronteiras de dez países: Roménia (29,0% da área da bacia), a Hungria (11,6%), Sérvia (10,2%), Áustria (10,0%), Alemanha (7,0%), Eslováquia (5,9%), Bulgária (5,9%), Croácia (4,4%), Ucrânia (3,8%) e Moldávia (1,6%). A bacia de drenagem estende-se para mais nove países (Bósnia e Herzegovina, República Checa, Eslovénia, Montenegro, Suiça, Itália, Polónia, Republica da Macedónia e Albânia).

O Rio Ilz, muitas vezes referido como “a pérola negra” – tem a sua fonte nas duas montanhas da Baviera Rachel e Lusen que estão perto da fronteira da Boémia. Possui uma extensão de 65 km, abrangendo uma diferença de altitude de 1.000 metros, desde a sua fonte até onde se junta ao rio Danúbio, em Passau. Sua área de influência é de aproximadamente 850 km². Devido ao seu leito de granito duro, a água do Ilz é muito macia, contendo quantidades muito baixas de cálcio.

Este é o mapa de Passau com as principais atracções turísticas assinaladas, retirado do site oficial da cidade.

Passau - mapa turistico

De um ponto sobranceiro à cidade pode-se vislumbrar uma paisagem efectivamente magnifica, tendo o curso dos rios um grande protagonismo.

Passau - paisagem panoramica

Percorrer o Danúbio, fazendo um cruzeiro pode ser uma das formas de passar por esta cidade. E se optar por um cruzeiro, porque não viajar no Kristallschiff Donau e tornar a viagem ainda mais memorável. Encontrei-o ancorado em Passau quando visitei a cidade.

Kristallshiff Donau é um barco da MS Donau que em 2006/2007 foi reconstruído em Linz, renovado e decorado, em grande medida, com vários milhões de pedras de cristal da Swarovski. Após a sua conclusão, o “cristal flutuante” foi baptizado a 07 de Maio de 2007, em Passau com nome de “Barco de Cristal do Danúbio”. Possui uma capacidade máxima para 600 pessoas e o porto base é Passau.

Passau - Kristallshiff

Desde então, foram criados outros barcos de cristal, como o Kristallkönigin (Rainha de Cristal – capacidade 600 pessoas, porto base Regensburgo) e o Kristallprinzessin (Princesa de Cristal – capacidade 300 pessoas, porto base Regensburgo).

Caso queiram realizar uma viagem num destes barcos, podem obter informações aqui:

Donauschiffahrt Wurm & Köck
Höllgasse 26
94032 Passau
Tel. 0851/929292
Fax 0851/35518

A cobertura do Danúbio por esta companhia de navegação é entre Regensburgo e Viena, e aqui encontram o catálogo com o programa das viagens possíveis.

Passau - viagem de barco - cobertura de navegacao

No artigo seguinte começarei a explorar a cidade em si…

Entre o Mosela e o Eltz…

Em Koblenz encontram-se os rios Reno e Mosela no Deutsches Eck. Passear pelo Reno, e apreciar a riquíssima paisagem das suas margens, foi uma viagem muito agradável e surpreendente. Por esse motivo, não poderia perder a oportunidade, de fazer um pouco o mesmo pelas margens do Mosela.

Neste caso, no entanto, não foi um extenso percurso ao longo das margens do rio, pois o local que tanto queria descobrir e conhecer, o Castelo Eltz, dista apenas cerca de 35km de Koblenz, mas nem todos são feitos junto à costa do rio.

O Castelo Eltz integra uma lista dos melhores castelos na Alemanha, e esse foi também um motivo para a minha curiosidade e interesse.

O postal seguinte (que digitalizei) ilustra bem, o muito que o Rio Mosela tem a oferecer nas suas margens, a quem visita a região, desde Koblenz até Trier, a cidade mais antiga da Alemanha.

Este site em inglês elucida acerca de alguns dos castelos que se podem encontrar ao longo do canal do Mosela.

O percurso de automóvel, com partida de Koblenz, foi feito pela margem norte do rio (que no postal corresponde ao lado esquerdo).

As vinhas predominam amplamente na paisagem, sobressaindo das mesmas, alguns locais que merecem interesse, como as ruinas do castelo Niederburg  (originalmente construido cerca de 1190) em Kobern-Gondorf.

Ainda em Kobern-Gondorf, o Palácio Liebig (do século XIII) e o Palácio von der Leyen (do século XII), ficam mesmo perto da margem do rio, junto à estrada por onde passava.

Pouco depois, as indicações sugerem enfaticamente, que se se pretende visitar o Burg Eltz, tem que se deixar para trás a paisagem junto ao rio Mosela e seguir em direcção ao interior, à cidade de Wierschem.

A paisagem muda forçosamente, mas continua a ser bastante pitoresca.

Depois de estacionado o automóvel, já no parque de estacionamento existente para o efeito, o percurso não é longo até ao Castelo Eltz. No site diz que são cerca de 800m a pé, mas ainda assim, com um acompanhante de dois palmos, achei preferível esperar um pouco e ir de autocarro (custo por pessoa de 1,5€). Afinal, não se tratava de um autocarro, mas sim de uma carrinha de 9 lugares já antiga, e o percurso fazia-se bem a pé porque é sempre a descer.

Pior, foi fazer o percurso inverso a pé, sempre a subir e com um declive acentuado. Mas, com imenso sol e calor, esperar numa longa fila para ocuparmos 3 (eu e os meus dois acompanhantes indispensáveis) dos 8 lugares disponíveis na carrinha, não me pareceu uma melhor opção.

É nas imediações da capela de St. António que se espera pelo “autocarro” que faz o percurso até às portas do castelo.

Durante o curto percurso na carrinha, ao aproximar-me do castelo, gradualmente começo a aperceber-me, que a paisagem é realmente deslumbrante e digna de ilustrações de contos de fadas.

Ao sair da carrinha, já nas imediações do castelo, este consegue ser ainda mais imponente no seu esplendor medieval.

Burg Eltz é um castelo medieval situado numa colina e rodeado em 3 lados pelo rio Elzbach, um afluente do Rio Mosela, no qual desagua em Moselkern. Ele ainda é propriedade de um ramo da mesma família que ali viveu no século XII, 33 gerações atrás. As residências das famílias Rübenach e Rodendorf no castelo estão abertas ao público, enquanto o ramo Kempenich da família usa o outro terço do castelo.

É surpreendente como 3 famílias nobres coexistiram em simultâneo no mesmo castelo.

Por mera curiosidade, pode-se acrescentar que, na margem esquerda do Reno, apenas o Palácio Bürresheim, o Castelo Eltz e o Castelo Lissingen, nunca foram destruídos (não esquecer que o Castelo Marksburg encontra-se na margem direita do Reno).

A visita guiada ao interior do castelo pode ser feita em inglês ou alemão. Optei, obviamente, pela visita em  inglês.

Durante a visita ao interior do castelo é expressamente proibido tirar fotografias, pelo que não possuo nenhuma que ilustre como este é por dentro.

Em contrapartida, durante a visita livre à câmara dos tesouros não existe essa proibição.

Eis então o que se pode descobrir nesta câmara.

– Armas e armaduras

– Objectos de ouro e prata utilitários e decorativos

– Serviços de mesa e acessórios

– Joias pessoais

– Quadros

Depois da visita à câmara dos tesouros, ainda explorei um pouco mais o exterior do castelo antes de regressar, a pé, ao parque de estacionamento.

A viagem de regresso a Koblenz, aproveitei para a fazer, tanto quanto possível, junto às margens do rio Mosela.

Destacou-se na paisagem, o pitoresco município de Moselkern, na margem norte e, o Castelo Thurant em Alken, na margem sul.

Em busca do Pai Reno e da Mãe Mosela

Um dos símbolos turísticos de Koblenz, que inclusivamente aparece como logótipo no site turístico da cidade é uma estátua do “Pai Reno e a Mãe Mosela”.

Não é surpreendente que tenha procurado ver “in loco” essa estátua emblemática.

No mapa, já diversas vezes utilizado, o “Pai Reno e a Mãe Mosela” são identificados pelo numero (13).

Passear pelo promenade em Koblenz junto ao rio Reno, é encantador. A paisagem é fantástica, e podem-se apreciar  alguns dos edifícios mais relevantes na cidade. Em simultâneo, o percurso permite, com um pequeno desvio final, encontrar o que eu procurava.

Na outra margem do rio destaca-se imponente e sobranceira a Fortaleza Ehrenbreitstein.

Nesta margem (a ocidental) a Pegelhaus (2) não passa despercebida, tal como já tinha acontecido quando primeiro a vislumbrei da fortaleza.

Durante as medidas para a fortificação da cidade de Koblenz durante o eleitorado de Lothar de Metternich no início do século XVII, foi erguido no Reno um guindaste de carga e descarga para os navios, que é hoje casado manómetro de água. Segundo os planos do construtor John Julich Pasqualini foi construído entre 1609 e 1611 um edifício simples octagonal com um pedestal de perfil.

Com a expansão do cais do Mosela esta casa do guindaste gradualmente perdeu importância,

Actualmente esta casa octagonal é um restaurante cuja explanada se estende no promenade.

Os cais dos barcos turísticos são encontrados nas imediações assim como dos ferries para Ehrenbreitstein.

E por falar em cais dos barcos turísticos, é justamente ao longo desta margem do Rio que se encontram as diversas companhias que podem escolher para fazer um passeio de Barco, mais ou menos longo pelo Reno e/ou Mosela.

Eis um placar que se encontra nas imediações, e que elucida os nomes das companhias fluviais que fazem serviços turísticos.

Estes são respectivamente os sites das companhias. Caso tenham interesse ou curiosidade, podem descobrir o tipo de serviços que prestam e eventualmente o preço dos mesmos.

Em frente à Pegelhaus, ou atrás (depende da perspectiva), encontra-se um edifício bastante imponente, que já tinha despertado bastante a minha atenção e interesse quando o vislumbrei da fortaleza.

Trata-se do Antigo Edifício do Governo Prussiano em Koblenz (4), sendo a sede do governo da Prússia para o distrito administrativo de Koblenz, na província do Reno, e dos serviços principais das receitas. O edifício principal actualmente, alberga o Ministério Federal da Defesa. A antiga residência oficial do governador alberga o Tribunal Superior Regional de Koblenz (39).

Desde 2002, o prédio do ex-governo prussiano integra o Património Mundial da UNESCO do Vale do Reno, e, além disso, é um bem cultural protegido pela Convenção de Haia.

Continuando pelo promenade, um pouco mais à frente, ergue-se a escultura Afecto de Lucien Wercollier (5).

Pouco mais à frente, vê-se o Memorial de Joseph Görres (6), inaugurado em 1928 nos jardins públicos do Reno, sensivelmente em frente à propriedade do Palácio Eleitoral.

Joseph Görres nasceu em Koblenz em 1776 e é um dos filhos mais famosos da cidade. Ele foi um dos mais importantes historiadores e editores de seu tempo. Em 1814 ele estabeleceu o jornal Rheinische Merkur em Koblenz. A sua atitude crítica em relação a Prússia e ao Império, reivindicando uma maior liberdade de imprensa, uma constituição e os direitos dos cidadãos, significou que o jornal tivesse uma curta duração. Foi só muito mais tarde no ano de 1948, que o Merkur Rheinische foi relançado como um jornal semanal.

Uma das entradas para os jardins do Palácio Eleitoral (12), encontra-se logo a seguir a este memorial, e foi por ela que entrei na propriedade.

Finalmente, foi nestes jardim do palácio mesmo em frente à entrada principal do edifício, e junto ao muro que cerca a propriedade, que terminou a minha busca pelo Pai Reno e a Mãe Mosela (13).

A representação alegórica em mármore foi criada em 1854 pelo artista de Koblenz John Hartung segundo ordens da falecida Imperatriz Augusta para o jardim do palácio.

Como modelo foi usado o motivo que enfeitou a primeira página do jornal de política “Rheinischer Merkur”, de 5 Fevereiro de 1814. As duas figuras foram inspiradas nos antigos  símbolos dos rios Reno e Mosela.

Depois de apreciar a escultura, o jardim e o palácio, entrei no edifício e percorri um corredor. Pude assim chegar ao outro lado do palácio, para vislumbrar as suas fachadas e jardins, agora, voltados para dentro e para a cidade.“O Eleitor Clemens Venceslau foi o primeiro eleitor que deixou a cidade residencial de Ehrenbreitstein e mudou-se para o outro lado do Reno. Entre 1777 e 1786 ele ordenou a construção do “Kurfürstliches Schloss” (Palácio Eleitoral) no estilo do neoclassicismo francês. Após a Revolução Francesa, em 1792, o eleitor teve que fugir das tropas francesas, e alguns anos depois que ele deixou para sempre Koblenz.

Nos anos de 1850 até 1857 o cargo foi ocupado pelo governador militar prussiano principe Wilhelm – mais tarde conhecido como o Imperador Wilhelm I, cuja memorial se encontra no Deutsches Eck. Ele residiu no Palácio Eleitoral com a sua esposa Augusta.

A Imperatriz Augusta atribuiu ao arquitecto paisagista Peter Joseph Lenne a concepção da paisagem da margem esquerda do Reno – o que hoje constitui os maravilhosos jardins de Imperatriz Augusta (Kaiserin-Augusta-Anlagen). Em 1944, o Palácio Eleitoral foi quase completamente destruído, excepto as paredes exteriores, mas nos anos 1950-51 foi reconstruído na sua forma original”. (tradução do texto retirado daqui)

Loreley

No Reno há um local que quase dispensa apresentações, o Loreley, um bloco de rocha imponente na margem oriental do Reno em St. Goarshausen. Sobressai a cerca de 120 metros acima do nível de água.  É aqui que fica a parte mais estreita do rio Reno entre a Suíça e o Mar do Norte, no caminho do seu forte curso torrencial. Dada a corrente muito forte e as rochas abaixo da linha de água é um local que propicia muitos acidentes de barco.

A imagem seguinte é parte de um postal que adquiri lá.

No seu topo, apreciar a indescritível paisagem panorâmica, na qual o Rio Reno é o actor principal, torna-se algo absolutamente obrigatório e imprescindível para quem visita esta região.

A sinalização de transito é óptima, como aliás é habito na Alemanha, pelo que estando nas imediações, e seguindo as setas sinalizadoras, não é nada difícil chegar ao topo da rocha sem se perderem.

O Centro de visitantes do Loreley encontra-se no topo, e possui um parque de estacionamento bastante perto da área de observação. Mas se ainda assim não quiser andar um pouco até ao destino, existe um hotel 2 estrelas e restaurante mesmo na área de observação, com um pequeno parque de estacionamento.

Inversamente se gosta de caminhar pela montanha, pode efectuar o percurso desde a base da rocha junto ao rio, até ao topo, por entre a vegetação montanhosa e um considerável número de degraus.

O Rheinsteig possui um extenso mapa e várias propostas de trilhos para caminhantes na região entre Bona, Koblenz e Mainz, presumivelmente com vários graus de dificuldade e extensão. Ou seja, em vez de um passeio de barco, ou de automóvel, a proposta neste caso, é a de caminhar de mochila às costas e calçado confortável, pela margem direita do rio à descoberta de muito do que esta região tem para oferecer.

Mapa da região com percurso para caminhantes

Eu optei por deixar o automóvel estacionado junto ao centro de visitantes do Loreley. O centro possui uma loja com artigos turísticos e regionais (vinhos, licores, mel, compotas, ceramica…) imensa documentação e prospectos turísticos da região, um funcionário muito solicito e simpático para esclarecer quaisquer duvidas e facultar informações sobre o local, um espaço de exposição e visualização de um filme sobre a região, e um bistrô.

Contiguo ao centro fica o Loreley Freilichtbühne, um espaço de espectáculos e concertos ao ar livre.

E este é um pouco do que se pode encontrar no caminho até topo do Loreley, nos locais de observação.

É mesmo de tirar o fôlego a paisagem fantástica que se possui do cimo do Loreley.

A paisagem avistada, voltada para Norte permite apreciar, além as curvas do leito do Reno, o Castelo Katz (actualmente propriedade privada e alberga um hotel), e o estreito pontão que se estende pelo rio onde, na extremidade, se encontra a estátua da Ninfa da agua Loreley.

A paisagem avistada do local de observação voltado para sul.

Depois de me deslumbrar com a paisagem, encontrei na área exterior do hotel ** no Loreley, uma estátua da ninfa Loreley.

Mas a escultura mais celebre e turística da Loreley, como referi acima pela sua localização, só depois de descer a montanha é que a encontrei.

Pelo menos parcialmente, foi o famoso poema de Heinrich Heine “Die Lorelei“, de 1822, que reforçou e tornou a lenda da Loreley famosa.

Eu admito que não achei a escultura muito interessante, para justificar percorrer o extenso pontão para a ver de perto.

A lenda diz que no penhasco vive uma bela jovem com cabelos longos loiros e que quando os penteia gosta de cantar. A sua voz melodiosa hipnotiza os capitães das embarcações que navegam pelo rio Reno. Como resultado os barcos, descontrolados, acabam batendo na encosta e afundam-se.

O poema “a Loreley”, traduzido por mim (pelo que não rima):

Eu não posso determinar o significado
Da tristeza que enche meu peito:
A fábula do velho, através dela dilui-se,
Não permite que minha mente descanse.
O ar está fresco no crepúsculo
E suavemente flui o Reno.
A crista da montanha está brilhando
Em raios de sol de desvanecimento.

A mais bela donzela está sentada
Lá em cima, tão belamente justa;
A sua jóia de ouro é brilhante;
Ela penteia o cabelo dourado.
Ela penteia com um pente dourado,
E canta uma canção, para passar o tempo.
Tem a mais maravilhosa, atraente
Poderosa e melódica rima.

O barqueiro a bordo de seu barco pequeno,
Extasiado com uma aflição selvagem,
Não tem olhos para o penhasco recortado,
Ele só olha para as alturas
Eu penso que as ondas vão devorar
Tanto o barco como homem, pouco a pouco,
E que isso, com o seu poder de voz doce
Foi feito pela Loreley.

Na margem esquerda do Reno

Este artigo, por uma questão de continuidade em relação ao artigo anterior, refere-se à viagem de regresso de Koblenz, pela margem direita ou oriental do rio Reno, com o intuito de apreciar melhor a paisagem que se vislumbra na margem esquerda ou ocidental do Reno, entre Koblenz e Bingen am Rhein.

Para melhor se localizarem, sugiro que recorram ao mapa dessa região que se encontra aqui.

Os castelos e outros monumentos a seguir apresentados seguem a ordem com que foram vislumbrados.

Palácio Stolzenfels, em Stolzenfels

O castelo concluído em1259, foi usado para proteger o posto aduaneiro no Reno, onde os navios, eram na época o principal meio de transporte de mercadorias, e tinham que parar e pagar portagem. Ao longo dos anos, foi expandido diversas vezes, ocupado por tropas francesas e suecas na Guerra dos Trinta Anos e, finalmente, em 1689, destruído pelos franceses durante a Guerra dos Nove Anos. Durante 150 anos as ruínas degradaram-se, até que em 1815 foram dadas como um presente a Frederick William IV da Prússia pela cidade de Koblenz. Seguindo as tradições românticas, o príncipe começou a reconstruir completamente o castelo depois de 1826 como residência de verão. Apoiado pelo famoso arquitecto neoclássico Karl Friedrich Schinkel, o castelo foi completamente remodelado no então elegante estilo neo-gótico, com o intuito de criar um lugar romântico que representasse a ideia da cavalaria medieval – os arquitetos até criaram um local de torneio.

Schönburg, acima da cidade medieval de Oberwesel

O castelo foi pela primeira vez mencionado no século XII. Nessa altura os Schönburgers eram os administradores e colectavam a portagem no Reno.

Em 1689, durante a Guerra do Palatinado de sucessão, as tropas francesas atiçaram fogo à cidade e ao castelo. Durante 200 anos permaneceu em ruínas.

Em 1957 foi alugado por uma família de hoteleiros e actualmente é “um diamante entre as jóias gastronómicas do Reno” e um hotel. Alberga o  “castelo da juventude” internacional da família Kolping.

A igreja em relevo com fachadas em vermelho na imagem inferior, é a Igreja de Nossa Senhora (Liebfrauenkirche) de Oberwesel que possui um impressionante altar dourado.

Castelo Stahleck, um castelo fortificado do século XII, em Bacharach na Renânia-Palatinado. Fica num penhasco aproximadamente a 160 metros acima do nível do mar.

Foi pela primeira vez mencionado num documento oficial em 1135 como um feudo de Colónia. O imperador Friedrich I, Barbarossa, mais tarde deu a fortaleza ao seu meio-irmão Konrad von Hohenstaufen, antes de passar para a dinastia Bávara Wittelsbacher através de um casamento clandestino. Na guerra de sucessão do Palatinado este castelo e a cidade também foram destruídas pelas tropas francesas. Apenas no início do século XX é que o actual albergue da juventude foi construído nas paredes de fundação do castelo.

Ruinas do Castelo Fürstenberg, perto da aldeia de Rheindiebach na Renânia- Palatinado.

No início do século XIII o arcebispo de Colónia Engelbert I receava pela sua bolsa privada ricamente recheada. A sua diocese foi adjudicada ao Reno e portagens da estrada. No entanto estas eram ameaçadas por ataques do arcebispo do Mainz e pelo Conde Wittelsbacher do Palatinado proprietário do castelo vizinho Stahleck. Por esse motivo o arcebispo de Colónia mandou erguer as enormes fortificações Fürstenberg numa montanha triangular acima de Gailsbachtal. Actualmente as ruínas são propriedade privada e podem ser visitadas a pedido.

Castelo Heimburg em Niederheimbach.

O castelo foi construído no século XIII pelo Eleitor do Mainz, para servir de fortaleza defensiva contra os seus inimigos condes do Palatinado. Repetidamente destruído por saques e fogo ao longo dos tempos, foi reconstruído no século XIX pelo Industrial Hugo Stinnes. Actualmente continua a pertencer a  propriedade privada.

Castelo Sooneck

Foi construído no século XI pelos governadores da Abadia Kornelimünster, e serviu como um “Ninho do barão ladrão” e, como tal, foi destruído em 1282 pelo rei Rudolf von Habsburg. Frederick William IV converteu as suas ruínas em 1843 conforme projecto do arquitecto prussiano Schnitzler  num pavilhão de caça. No entanto, conflitos familiares, a revolução de 1848 e a morte do rei, impediram que fosse usado conforme planeado.

Castelo Rheinstein, em Trechtingshausen

O castelo construído em cerca de 1300 e teve o seu apogeu sob os arcebispos de Mainz como castelo de portagens. Foi deixado ao abandono e ruínas no século XVII. Nos inícios do século XIX o arquitecto Johann Claudius von Lassaux, transformou-o  numa principesca residência de Verão depois do príncipe Friedrich da Prussia  o ter adquirido em 1823. Assim, não é surpreendente, que muitas cabeças coroadas como a Rainha Victoria de Inglaterra e a Tsarina Russa tenham sido convidadas no castelo.

Torre do Rato (“Mauseturm”)

A torre de pedra encontra-se numa pequena ilha no Reno, perto de Bingen am Rhein. Os romanos foram os primeiros a construir uma estrutura neste local. Mais tarde tornou-se parte da Francónia, caiu e teve de ser construída muitas vezes.

O seu nome real deriva de “Mautturm”, ou seja, torre de portagem, não tendo nada a ver com ratos como o nome que perdura parece indiciar. Foi usado pelos arcebispos do Mainz como uma torre de vigia e de portagem. O edifício renovado no século XIX segundo o estilo neo-gótico, foi mais tarde usado pela industria naval e estação de sinalização.

Castelo Klopp, em Bingen am Rhein

O ultimo castelo medieval construído no local data do século XIII, possívelmente entre 1240, quando Kloppberg (Klopp Hill) é mencionado como a residência de um clérigo, e 1277, a primeira vez que é feita menção ao “Burg Klopp”. Tal como a história de outros castelos desta região, conta com varias destruições e consequentes reconstruções no seu currículo e o facto de ter permitido ao Arcebispado de Mainz a cobrança de  portagens sobre o comércio no rio.

Capela Rochus, em Bingen am Rhein

A capela de peregrinação destaca-se indiscutivelmente na paisagem evidenciando-se no topo da montanha Rochus.

Dedicada ao patrono Santo Rochus em 1666, o ano da praga, destruída muitas vezes ao longo dos tempos, o edifício existente actualmente foi construído com base em desenhos do arquitecto de Limburger Max Meckel em fins do século XIX.

Existem outros castelos e edifícios históricos nas margens do Reno ao longo do percurso. No entanto não estão aqui contemplados, sobretudo porque nem sempre consegui ângulo para os fotografar, porque ficavam “escondidos”.

As cidades e aldeias que se encontram junto às margens do rio Reno, são deveras pitorescas onde predomina a arquitectura de influencia e reminiscências medievais. Prefiro não destacar nenhuma em particular, pois todas encantam quando se passa por elas.

Na margem direita do Reno

Para alguém, como eu, que aprecia bastante vislumbrar castelos, palácios e afins, a Região do Reno Médio é mesmo um paraíso, pois dificilmente se encontram tantos castelos por metro quadrado, noutro local…

Por esse motivo, quando ponderei a estrada a seguir para chegar a Koblenz (Coblença), a decisão não foi difícil. Indiscutivelmente a escolha recaiu na estrada costeira junto ao Rio Reno, desde Bingen am Rhein até Koblenz. A única dúvida recaiu na escolha da margem direita ou esquerda do rio.

Depois de estudar o mapa seguinte, optei por seguir a estrada pela margem esquerda do rio, com o intuito de apreciar melhor a paisagem da margem direita (como ocupava o lugar de passageiro, e não o de condutor, era o lado mais favorável também para fotografar a paisagem).

A paisagem é realmente deslumbrante, e o verde é a cor predominante, proporcionada pelas vinhas já que esta é uma conceituada região vinícola também.

Eis alguns dos Castelos e outros edifícios relevantes que se podem encontrar na margem direita do Reno (sentido Sul-Norte)

Abadia Beneditina de Santa Hildegard, em Eibingen, distrito de Rüdesheim am Rhein.

A sua origem remonta a 1150, quando santa Hildegard de Bingen fundou o Mosteiro de Rupertsberg. Foi dissolvido no início do século XIX, durante o secularização desta parte da Alemanha.

A comunidade actual foi criada por Karl, o sexto príncipe de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, em 1904 e re-estabelecida a partir da Abadia de São Gabriel, Bertholdstein. O convento pertence à Congregação Beuronese dentro da Confederação Beneditina.

Castelo Boosenburg em Oberer Burgweg, Rudesheim.

O Boosenburg foi construído no século XII e serviu como residência durante muitos anos. Em 1830 foi comprado pelo Graf von Schönborn que fez com que o mesmo fosse reconstruído. Desde 1939 tem sido a sede de Carl Jung, e tem sido usado como residência temporária para muitos artistas, incluindo o compositor Brahms. Actualmente é usado regularmente para realizar concertos, e continua a ser uma residência privada.

(Na imagem é o edifício do lado esquerdo com a torre)

Ruínas do Castelo Ehrenfels, perto de Rüdesheim am Rhein.

O castelo foi (re) construído cerca de 1212 a pedido do arcebispo de Mainz com o intuito de defesa contra os ataques constantes do Eleitor Palatino Heinrich V, que, como Imperial vigário de Franconia, se esforçou para reduzir o alcance do arcebispo. O Mainz “equipou” o castelo de pessoal e erigiu um posto aduaneiro para controlar a navegação no Reno, complementada pela Torre dos Ratos (Mäuseturm) abaixo no rio. Fortemente danificado no decorrer da Guerra dos Trinta Anos, o castelo foi finalmente devastado pelas tropas francesas sob o comando do tenente-general Nicolas Chalon du Blé durante o cerco de 1689 ao Mainz.

Ruina do Castelo Nollig, em Lorch, numa colina com o mesmo nome.

Castelo Pfalzgrafenstein, numa ilha do Rio Reno em Kaub.

Construído em 1327 por Ludwig da Baviera, o Pfalzgrafenstein serviu como uma estação de portagem até 1866.

No inverno 1813/14 o castelo evidenciou-se na história europeia. Aqui o Marechal de campo prussiano Blucher conseguiu atravessar o Reno, com o seu exército, o que iniciou a queda de Napoleão.

Castelo Gutenfels, situado 110 m acima da cidade de Kaub e construído em 1220. Foi convertido em um hotel.

– Entrada de túnel

Loreley, um rochedo na margem oriental do Reno perto de St. Goarshausen,  situado a cerca de 120 metros acima da linha d’água. Ele marca a parte mais estreita do rio entre a Suíça e o Mar do Norte. Uma corrente muito forte e as rochas abaixo da linha de água causaram muitos acidentes de barco nessa zona.

Talvez por esse motivo Loreley é também associado ao nome de um espírito feminino da água, semelhante às sereias ou donzelas do Reno, que induzia ao naufrágio dos barcos segundo o folclore popular e alvo de obras de música, arte e literatura.

Castelo Katz, sobre a cidade de St. Goarshausen na Renânia-Palatinado

Foi mandado construir na segunda metade do século XIV (cerca de 1371) para ser usado como  bastião e base militar para proteger o Castelo Rheinfels. Juntos, eles formaram um baluarte fortificado com uma barreira para cobrança de portagem no Reno. O castelo foi bombardeado em 1806 por Napoleão e reconstruído no século XIX, entre 1896-98. Ele é propriedade privada, e não está aberto aos visitantes.

Castelo Maus, encontra-se acima da aldeia de Wellmich (parte de Sankt Goarshausen) que pertence à Renânia-Palatinado. Encontra-se a norte do Castelo  Katz em Sankt Goarshausen.

A construção foi iniciada em 1356 pelo Arcebispo-Eleitor de Trier Bohemond II e continuada durante os 30 anos seguintes pelos eleitores sucessivos de Trier. O intuito da construção do castelo foi para impor os direitos de portagem do rio recentemente adquiridos e para proteger as fronteiras de Trier contra os Condes de Katzenelnbogen (que tinham construído os castelos Katz e Rheinfels). Na segunda metade do século XIV este castelo foi uma das residências do eleitor de Trier.

Actualmente o castelo alberga um aviário que é o lar de falcões, corujas e águias. São encenadas demonstrações de vôo entre finais de Março a inícios de Outubro.

– Castelos Sterrenberg e Liebenstein encontram-se acima da aldeia de Kamp-Bornhofen na Renânia-Palatinado

Os dois castelos são conhecidos pela lenda dos “irmãos antagonistas”.

Heinrich e Konrad, os filhos em muito diferentes de Heinrich Beyer de Boppard, foram criados juntamente com uma parente orfã, Hildegard Brömser, no Castelo Sterrenberg, por quem ambos se apaixonaram. (A história é longa e com reveses, mas bastante envolvente. Se tiverem curiosidade em conhece-la espreitem o site ou a respectiva tradução que fiz do seu conteúdo)

Actualmente o Castelo Liebenstein é um hotel e restaurante enquanto o Castelo Sterrenberg possui um café e restaurante.

Marksburg, é uma fortaleza que se encontra acima da cidade de Braubach também na Renânia-Palatinado.

Trata-se do único castelo medieval do Reno Médio, que nunca foi destruído. É um dos principais locais do Patrimônio Mundial da UNESCO do Gorge Reno. A fortaleza construida em cerca de 1117 foi usada para proteger a cidade de Braubach e reforçar as estruturas aduaneiras, e não como uma residência para as famílias reais.

Em 1900 o castelo foi vendido por um preço simbólico de 1000 Goldmark à Associação de Castelos Alemã, que havia sido fundada um ano antes como uma iniciativa privada para preservar castelos na Alemanha. O Marksburg é a sede desta organização desde 1931.

– Castelo Lahneck é uma fortaleza medieval situada na cidade de Lahnstein em Renânia-Palatinado, a sul de Koblenz. O castelo do século XIII fica numa rocha íngreme saliente acima da confluência do rio Lahn com o Reno, e tem do outro lado do rio, o castelo Stolzenfels em frente.

Construção do castelo Lahneck começou em 1226 por iniciativa do arcebispo de Mainz. O propósito era proteger o seu território, que incluía uma mina de prata.

Os castelos, fortalezas e outros edifícios de Koblenz serão referidos em outros artigos. Por motivos mais do que óbvios este artigo já está demasiado extenso.

A margem esquerda, ou ocidental do Reno também será objecto de um artigo posterior.

Para quem pondere visitar esta região, ficam aqui, desde já, alguns sites que talvez considerem úteis e interessantes:

Visita a 10 castelos desta região, reunida num só bilhete.

Vale do Reno Médio – Região Património Mundial da Unesco

Viagens de barco pelo Reno entre Colónia e Mainz, pela KD Rhine

Região do Loreley

Castelos no Reno

Com o Neckar por perto…

Depois de apreciar o edifício antigo da Universidade (onde fiquei no artigo anterior), a visita ao centro histórico de Heidelberg continuou para vislumbrar a Igreja de S. Pedro, que se encontra em frente à entrada principal da Biblioteca da Universidade.

Esta é a mais antiga igreja que se encontra preservada no centro histórico de Heidelberg. Supõe-se que a igreja tenha sido erguida durante o século XII, no estilo gótico tardio. Posteriormente, algumas partes foram refeitas em estilo barroco e neogótico. As estreitas relações entre a igreja e a Universidade remontam ao século XIV.

Como igreja da universidade, foi usada no passado para enterrar professores falecidos, autoridades locais e moradores proeminentes.

Marsilius of Inghen (1340 – 20.08.1396), Filosofo escolástico medieval neerlandês, foi um dos fundadores da universidade em 1386, e primeiro reitor da mesma desde então até à sua morte. Ele foi enterrado no chão da igreja, no entanto o seu túmulo, não se encontra preservado.

A Capela da Universidade, foi adicionada durante uma reconstrução dispendiosa da igreja em fins do século XV.

O carvalho a leste da capela-mor, foi plantado em 1883 em memória do 400º aniversário de Martinho Lutero.

De regresso à Hauptstraße, encontra-se a entrada principal do Museu Kurpfälzisches, Museu do Palatinado no Palais Morass.

O Palais Morass é uma villa barroca ainda intacta. O advogado Johann Philipp Morass, que também serviu como reitor da universidade em 1700/01, construiu-a no local onde  tinha ficado até 1693 um albergue para os pobres, denominado de Hostel Hardship. O portal saliente com arco arredondado e colunas de acompanhamento, atrai de imediato a atenção mesmo do mais distraído. Do corredor para o pátio, uma escadaria barroca leva aos andares superiores. A sala de banquetes histórica no primeiro andar é deslumbrante, tendo sido refeito no estilo Louis Seize em 1778.

Desde 1906, o Palais Morass abriga o Museu Kurpfälzisches, que contém coleções de arte da cidade. Entre os seus destaques encontra-se o Altar dos 12 Mensageiros  de Windsheim por Tilman Riemenschneider. Passando pelo idílico jardim atrás do museu, descobre-se um moderno anexo, que abriga a Sociedade de Arte de Heidelberg.

Passeando em direcção às margens do rio Neckar, encontra-se o Stadthalle, o centro de convenções.

O edifício do Stadthalle, foi erguido ao lado do rio Neckar, em 1901-03, e é um dos mais importantes edifícios públicos na área da Cidade Velha. Foi mandado construir em honra do 100 º aniversário da reforma universitária de 1803, com base nos planos dos arquitectos Henkenhaf e Ebert.

Este imponente edifício, criado para os cidadãos da cidade realizarem festas e reuniões, é representativo de uma época de florescimento económico e cultural, de riqueza, de rápido crescimento populacional, da expansão da universidade, e de crescimento do turismo. A atração principal do edifício, é um grande salão de espectáculos e celebrações que é capaz de acomodar até 3.500 pessoas.

Possui órgãos de concerto construídos por Voit, que constituem um testemunho excepcional para a arte de construção de órgãos do início do século 20. Ostenta um estilo arquitectónico de inspiração renascentista, que incorpora também elementos de Arte Nova. Este Centro de Convenções é muito popular como um local para reuniões e eventos internacionais.

Continuando junto às margens do Rio Neckar, são vários os edifícios relevantes que se encontram no percurso.

O Antigo Arsenal, denominado de Marstall, é uma estrutura fortificada que se estende por 135 metros ao longo do rio Neckar. Foi construído provavelmente sob o príncipe eleitor Ludwig V em torno de 1510, para servir como um arsenal (onde se armazenavam diferentes tipos de bens) caso rebentasse a guerra. Possui duas torres com vãos para atirar através do flanco das formidáveis paredes. No lado norte, que era mesmo junto ao rio Neckar, antes da construção das docas e da rua no século XIX, havia um lugar para os navios atracarem.

O nome Marstall remonta a uma estrutura renascentista, no lado sul do pátio, que foi construída pelo conde do Palatinado Johann Casimir em 1590 e destruída por tropas francesas em 1693. O complexo Marstall, um dos poucos de Heidelberg com a estrutura tardo-medieval ainda intacta, foi remodelado várias vezes e hoje abriga uma cafetaria de estudantes, salas para realização de eventos, e a administração da união de estudantes.

O Hay Barn (celeiro de feno), com paredes de pedras soltas, está localizado a leste do Marstall. Também foi construído originalmente para ajudar a defender a cidade contra os invasores. Na Idade Média, uma torre  estava no canto do bastião noroeste, conhecida também como a Torre do Brasão ou Torre das Mulheres.

Depois de destruído em 1693, o actual edifício foi construído com telhado de quadril parcial barroco. Até 1824 foi usado para guardar o feno para os cavalos mantidos no Marstall vizinho, e depois serviu como um armazém muncipal. Em 1963-65, salas de aula da universidade foram construídas dentro do edifício.

A oeste do portão da Ponte Antiga, encontra-se o Macaco da Ponte, que agora segura um espelho para aqueles que olham para ele. Esta escultura de bronze feita pelo professor Gernot Rumpf foi instalada ali em 1979.

Mas outrora, no século XV, já havia um Macaco a norte da Ponte Velha. No entanto ele desapareceu durante a Guerra  de Sucessão do Palatinado (1689-1693).

Diz a lenda associada a esta estátua curiosa, que esta simboliza o fato de que nem os habitantes da cidade, nem as pessoas que viviam fora da cidade eram melhores uns do que os outros, e que eles deveriam olhar sobre seu ombro enquanto atravessam a ponte para se lembrar disso.

A Ponte Antiga foi mandada construir pelo Príncipe-Eleitor Karl Theodor, em pedra para substituir as predecessoras de madeira (houve quatro antes desta) que foram destruídas por intempéries naturais. Foi erguida entre 1786 e 1788. O portão medieval da ponte para o lado da cidade, mantém-se bem preservado e originalmente fazia parte da muralha da cidade. Os elmos da torre barroca foram adicionados durante a construção da ponte de pedra em 1788. Na ponte também se encontra uma placa referente à defesa da Heidelberg contra as tropas francesas.

A 16 de Outubro de 1798, um regimento austríaco corajoso comandado pelo Príncipe Schwarzenberg conseguiu travar o avanço do exército francês. A torre oeste contém calabouços, enquanto a torre oriente detém uma escada em espiral. A poucos passos de leste daí encontra-se o “Tränktor” (Portão da Bebida). Durante a Idade Média, o gado era conduzido através deste portão para seus locais de consumo. Os dois vãos da ponte possuem monumentos criados por Franz Konrad Linck (1730 – 1793) que, desde 1763, era o escultor oficial da corte do príncipe eleitor.

Termino este artigo com imagens do Portão da Ponte, de uma das esculturas da ponte, e com a paisagem sobre a cidade e o castelo que se pode apreciar quando se atravessa a ponte antiga.

A pequena Veneza de Bamberg

Bamberg, continua a ser uma cidade alemã localizada na Baviera, e a cidade Italiana de Veneza não foi parcialmente transportada para lá…

A colónia de pitorescas casas piscatórias foi carinhosamente chamada de “Pequena Veneza” (7) deste mapa. Datam desde a Idade Média, essas pequenas casas de enxaimel, de pé, lado a lado com as suas varandas e jardins minúsculos, na linha da frente da costa do rio Regnitz.

Estes são os placares que se podem encontrar perto da margem do rio nesta zona.

A minha tradução amadora do conteúdo do placar:

Pequena Veneza

Uma fila, alinhamento de marinheiros e casas de pescadores receberam do rei Maximiliano I (1848-1864) este nome romântico. Este conjunto/área é iluminado anualmente durante o mês de Agosto O conjunto é iluminado durante o mês de Agosto para os festejos da Feira popular da Areia (Sandkerwa).

Pescadores e marinheiros viviam em Bamberg, inicialmente na área de areia abaixo da abaixo da colina da Catedral (Domberg) (1). Provavelmente no século XIV essa colónia foi transferida para a margem oposta (2). Naquela época essa área era considerada uma ilha (3), segundo o abade.

As casas (2)
Foram construídas metade na água sobre palafitas. As galerias foram usadas anteriormente para secar e remendar as redes. Até mesmo os banheiros foram instalados acima da água aqui. No passado, os porões eram barcos abertos (Schelcher) (4) e ia-se diretamente para eles. Desde o século XIX. essa área costeira foi convertida em pequenos jardins pitorescos.

Leinritt

O passeio ribeirinho (1) ainda possui o nome de Leinritt. No passado em tais caminhos cavalos puxavam com a ajuda de longos linhos (2) as barcas rio acima. Estes caminhos de sirga tinham cerca de três metros de largura, e levavam directamente para o rio.
A principal rota a partir de Frankfurt para Bamberg (360 km) durava, dependendo do clima e do nível de água, no Verão 13 dias no Verão, e 15 dias no Inverno
Em Bamberg, o caminho de sirga mudou várias vezes, de margem do rio. Os cavalos tinham que atravessar o rio quando estava raso muito mais cedo.

O reboque
Antes da mecanização introduzida pelo barco a motor no século XIX, a forma de andar contra a corrente era possível em parte graças aos agricultores, e especialmente em parte pelos cavaleiros com cordas (Leinreitern), que eram pagos pelos marinheiros. A corda era anexada ao mastro do barco/navio e corria na diagonal através do rio para a equipe do cavalo. Os cavalos que faziam este trabalho difícil tinham que ser especialmente treinados para isso.