O segundo dia na Escócia começou no hotel, com um pequeno almoço continental para uns, e um tipicamente Macdonald escocês para outro.
O percurso previamente definido, sofreu alterações ao longo do dia, mas presumo que o imprevisto também torna um dia de férias ainda mais interessante.
O mapa seguinte, (uma vez mais cortesia do Google maps) resume o resultado final, mas apenas em um sentido, porque o dia acabou uma vez mais no hotel em Inverness.
O primeiro local que mereceu uma paragem, foi totalmente inesperado. Era um local que o meu marido queria visitar mas que tinha desistido, ao constatar via internet que o local não estaria a laborar durante o período da Páscoa. Assim não se tinha preocupado em descobrir onde ficava concretamente.
No entanto, no percurso para o Castelo Dunrobin, ao apreciar a paisagem, vi uma tabuleta informativa que anunciava a proximidade da Destilaria Glenmorangie. Essa era justamente a destilaria sobre a qual o meu marido tinha pesquisado, e decidimos espreitar se realmente estaria tudo fechado ou se daria para visitar.
Os prenuncios eram encorajadores, já que haviam vários automóveis, estacionados no parque.
Efectivamente, era possível visitar a destilaria, mas foi a loja, em um pequeno edífício anexo, que mais despertou a nossa atenção.
A loja é elegante e selecta, e possuia algumas garrafas de Whisky que a avaliar pelo seu preço, suponho que só podiam ser excepcionais.
Depois da destilaria, a viagem continuou em direcção ao Castelo Dunrobin, um dos castelos que eu tinha mais interesse em visitar nas Terras Altas escocesas.
O Castelo Dunrobin parece literalmente retirado de um Conto de Fadas.
O Castelo Dunrobin é das grandes casas, a que se encontra mais a norte na Escócia, sendo mesmo a maior das Terras Altas com 189 quartos, e uma das casas britânicas mais antigas continuamente habitadas, datando em parte dos inícios dos anos 1300.
Trata-se da casa histórica dos Condes e Duques de Sutherland. A Primeira parte do edifício data de cerca de 1275 e possui várias extensões posteriores.
Eis a planta informativa do que se pode encontrar na propriedade.
E mesmo em um dia com muitas semelhanças a um outonal, não perde muito do seu encanto.
Além do jardim, também tive o desprazer de visitar o Museu, anexo à propriedade, onde estão expostos os trofeus e comprovativos de caça dos ancestrais da família Sutherland. Para mim o museu pode ter o efeito de incentivar a caça furtiva, de alguma forma enaltecendo-a, o que só pode ter repercuções nefastas.
Já dentro do Castelo, não era permitido tirar fotografias, pelo que as que possuo se limitam à entrada, onde se adquirem os bilhetes, o que não revela muito do seu interior.
Assim na loja não saí sem o Guia oficial do Castelo (e sem mais uma decoração para a minha árvore de Natal).
Após dar por concluida a visita ao castelo Dunrobin, eis chegada a altura de alterar os planos seguintes (que implicavam uma inversão de marcha e seguir no sentido contrário, em direccao à região de Speyside, especialmente pródiga em destilarias de Whisky).
Assim o destino continou em direcção à extremidade mais a norte da ilha da Grã-Bretanha, num percurso predominantemente junto à costa até John O’ Groats.
O principal motivo para a visita a este vilarejo, é simples. O local é conhecido por ser uma das extremidades da distância mais longa entre dois pontos continentais britânicos habitados, com a extremidade da terra a sudoeste, em Cornwall a distar 876 milhas (1.410 quilômetros) de John O’ Groats.
Numa lojinha nas imediações, além de adquirir um postal ilustrativo do percurso destas 876 milhas, não resisti a comprar também uma bola com motivos escoceses para decorar a minha árvore de Natal.
Dever cumprido, chegamos a John O’ Groats, era por isso altura de finalmente regressar a Inverness, sem mais desvios previstos. Até porque o Castelo e Jardins de Mey, que fica nas imediações, estava ainda fechado ao publico.
A chegada a Inverness foi bem mais tardia que quaisquer previsões podiam antever, pois na viagem de regresso encontramos uma fila interminavel de veiculos na estrada, consequência de um veículo pesado a obstruir completamente as vias.
E descobrimos em “primeira mão” a parca quantidade de estradas alternativas e o quão estreitas, apenas com uma faixa de rodagem, as estradas na Escócia podem ser.
O aspecto positivo do percurso alternativo utilizado, foi poder apreciar um pouco a costa oeste da Escócia, ver as ovelhas a uma incrível proximidade e desfrutar ainda mais da paisagem.
Assim a chegada a Inverness foi apenas para jantar, e descobrir que a maioria dos Restaurantes escoceses estão interditos a menores de 16 anos a partir das 21h, por servirem bebidas alcoolicas e funcionarem como Pubs também.
Acabo este artigo com Inverness ao anoitecer, com o seu castelo e as margens junto ao Rio Ness.